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sexta-feira, 6 de junho de 2008

Namoro, Noivado e Casamento

1.     A INSTITUIÇÃO DO MATRIMÔNIO

 

         O matrimônio é tão antigo quanto o ser humano. Ela aconteceu no Jardim do Éden. Em Gn 2.18-25 encontra-se o relato de como este iniciou.

         não é bom que o homem esteja só”. Em outras palavras, estar sozinho não é bom. O ser humano não foi criado para a solidão. Deus disse isto no Éden: “Far-lhe-ei uma auxiliadora que lhe seja idônea”.      

 Vamos analisar aqui dois termos: auxiliadora e idônea”.

         auxiliadora”.  Esse termo às vezes é usado num sentido destrutivo da mulher em relação ao homem. Moisés nos quer dizer que esta palavra significa ajudadora. Refere-se a uma espécie de secretária, ou empregada, alguém com uma função meramente secundária. Mas, aqui, auxiliadora no sentido amplo. É aquela que está ao lado do marido como parte integrante e fundamental em sua vida. É aquela que o sustém, apóia nas pequenas e grandes decisões da existência de ambos.

         “Idônea” . Esta palavra quer dizer “a outra parte, o lado oposto”. Ou seja, a mulher é a outra parte, é o lado oposto, é o lado que está à frente do homem. Não está numa relação de oposição, mas de complementação ao homem. O homem sem a mulher não está completo, não tem a outra parte que está à sua frente. O mesmo vale para a mulher. Sem o homem ela não está completa, não tem a sua outra parte. Portanto, na intenção de Deus, ambos complementam-se, formam um todo e assim cumprem sua vocação como seres humanos.

         Há um comentário importante em relação a criação da mulher. Conforme Gn 2.21-22, a mulher foi criada da costela de Adão. Por isso, a mulher não foi criada da cabeça do homem. Ela não foi feita para dominar o homem. Mas também não foi criada do pé do homem. Não foi feita para ser dominada, ser “capacho” do homem. Mas foi criada da costela – especialmente do meio do lado do homem. Ela é aquela que está “no meio” e ao lado da vida do homem. Não há superioridade nem inferioridade na mulher em relação ao homem. O homem é apenas o que responde pela família.

         Deus traz a mulher para Adão (Gn 2.22-23). Com certeza, ele fica felicíssimo. Recebe-a com carinho e ternura. Dá-lhe o nome de “varoa” porquanto do “varão” foi tomada. Ambos são um, porém em sua expressão masculina (varão) e feminina (varoa).

Namoro. Noivado. Casamento. Três momentos. Relacionados mas distintos. Um mais belo, importante e sério do que o outro. É a história de duas vidas que se fundem aos poucos, até serem uma só carne – uma só vida. Uma só história. Uma “história de amor”. Eles se amam, casam e constroem um lar.

 

         NAMORO: A partir do namoro o casal começa uma história de amor. O namoro é uma série de encontros, entre um rapaz e uma moça, com o fim de obterem informações e conhecimentos mútuos, tornando-se necessário um para o outro. É uma das fases mais românticas na vida das pessoas. Surge aqui a necessidade de trocar palavras carinhosas, cartas, poemas, presentes e até algumas brigas...

         Poderá nesses encontros surgir o “ideal”, o casamento. O namoro prepara o rapaz e a moça justamente para este ideal. Conhecer bem um ao outro poderá evitar um casamento mal sucedido. Por isso, é importante que no namoro haja um amadurecimento entre os dois. O namoro deve ajudar a não se tomar uma decisão precipitada. Não simplesmente dizer: Vamos casar logo. Esse preparo é muito importante porque a felicidade dos dois está em jogo. Uma má escolha poderá resultar num casamento fracassado.

         O namoro é um período de preparo do casal que quer se unir no santo matrimônio. Mas, antes que isso aconteça, é preciso observar dois pontos: É preciso procurar e,  é preciso ter cautela.

         Procurar - Em Pv 18.22 lemos: “O que acha uma esposa acha o bem e alcançou a benevolência do Senhor”.  Deus ordenou aos jovens procurarem seus futuros cônjuges. É preciso pedir a direção de Deus. Somente Deus será capaz de nos orientar para encontrar o verdadeiro(a) companheiro(a). Esta é uma questão que o jovem cristão jamais deverá esquecer. Muita oração. É importante lembrar também que para o lar estar fundamentado em Cristo  o companheiro(a) seja da mesma igreja, ou então, de uma igreja cristã. Estes são os primeiros requisitos que se precisa saber para começar um namoro.

         CAUTELA  - Quando o jovem está a fim de encontrar a sua companheira(o) ele precisa ter paciência para escolher o seu futuro cônjuge.  E, isso é uma decisão muito importante. Muitos casais que se uniram simplesmente pela atração sexual, hoje estão separados. Não basta serem membros da mesma igreja. É preciso observa a fé, o caráter e aconselhar-se com seus pais ou responsáveis, além disso, é claro, muita oração pedindo a orientação Divina.

         Como deve ser a escolha? Qual será o companheiro(a) ideal para um feliz casamento? – Eu vou contar uma ilustração: “Num congresso de alfaiates, um dos profissionais da tesoura fez a seguinte experiência. Seguido por repórteres de jornais, ele escolheu um mendigo de rua, apresentou-o aos congressistas e convenceu-o a  “mudar de roupa”. Fizeram a barba do mendigo, mandaram tomar banho, cortar o cabelo e as unhas – enquanto isso o alfaiate ajustou para ele um terno de primeira qualidade, camisa e gravata de luxo, meias e sapatos impecáveis. Depois de submeter-se àquela reforma, o mendigo, acompanhado do alfaiate, se apresentou aos congressistas. Ninguém o conheceu mais. Os jornais fizeram um anúncio comovente. O próprio mendigo se comoveu e anunciou que ia começar uma vida diferente. Um hoteleiro se ofereceu para dar-lhe emprego. Os jornais iam relatando a história nas primeiras páginas. – Vocês sabem como estava o mendigo uma semana mais tarde? Um repórter o encontrou deitado na calçada, lugar costumeiro, e o terno elegante dele, a camisa e os sapatos, estavam num estado lastimável.

         Isso quer dizer, estimados jovens,  que não devemos escolher o nosso companheiro(a) olhando pelas aparências externas. A reforma do mendigo tinha sido uma reforma  exterior e, por isso, não foi duradoura.

         É preciso observar o comportamento do coração e não  apenas nas atitudes. É preciso escolher uma pessoa cristã, de família cristã. A escolha não pode se basear somente pela beleza externa, mas principalmente pela interna.

         “Fé verdadeira é uma obra divina em nós, que nos modifica e faz nascer para Deus”.  Lutero se expressou desta forma para dizer que o cristão, nascido para Deus em Cristo, é uma pessoa diferente de coração, sentimentos, mentalidade, pois a  “fé é uma confiança muito viva e inabalável na graça de Deus”.

         Jovem cristão! Este é o desafio: viver a fé que professamos, estabelecendo assim uma correta atitude entre o dizer e o fazer. É preciso ser coerente com o nosso pregar e tenhamos o espírito do Evangelho do nosso Senhor Jesus. O evangelho de Jesus serve e liberta as pessoas. Portanto, o jovem cristão é desafiado a viver o evangelho. Assim, suas atitudes são marcadas, não pelo pecado e aproveitamento das pessoas, como por exemplo cometer adultério, tornar-se um viciado no álcool ou na droga, mas pelas atitudes que libertam a si próprio e os outros. Vocês sabem que não dá para ser filho de Deus na igreja e filho do mundo na hora da diversão.

         Enfim, Deus continua, pela ação do seu Espírito através do Evangelho, reformando o nosso coração. Sempre de novo nos convida a retornarmos a ele. Quando temos esta fé, queremos agradar e servir a Deus da melhor maneira possível. Isto implica em abandonar coisas que ferem, dão mau exemplo, provocam falta de vontade que promovem o egoísmo.

        

NAMORO NÃO CRISTÃO: É um contato entre duas pessoas de sexos opostos, que visa apenas uma satisfação pessoal. O alvo não é um futuro a dois ou uma realização dentro dos princípios cristãos.

         Para um namoro não cristão não existe Deus. Os dois decidem o que querem fazer em sua relação amorosa. Entre este casal existe aquela liberdade que o mundo tanto ensina: “É preciso transar porque os dois tem que se conhecer bem”. São aqueles que brincam de namorar não se importando com o que poderá acontecer depois. Isso pode se transformar em um forte sentimento, por parte de uma das pessoas, causando  decepções sentimentais, marcas profundas, muitas vezes, sem retorno à realidade. É algo vazio e sem futuro.

         As relações sexuais estão sendo praticadas já no início da adolescência como simples caça ao prazer. Eles descobriram o ato de “ficar” onde eles se conhecem em qualquer lugar, formam casais e passam a trocar carícias como se fossem namorados. Só que não são e, muitas vezes, avançam até a uma relação sexual. No dia seguinte, fica como se não tivesse acontecido nada. Aumenta o número de adolescentes grávidas, a separação de casais. E o maior causador desses problemas é a televisão.

         Vamos analisar o sexo como um presente que Deus concedeu ao casal para criar os seus filhos. Por isso, estimados jovens, é preciso, com urgência,  resgatar e proclamar a dignidade e o valor ético da sexualidade, para recolocá-lo no papel que lhe foi conferido pelo Criador: “Criou Deus, pois, o homem à imagem de Deus o criou, homem e mulher os criou” (Gn 1.27). O sexo foi-nos dado por Deus para sermos felizes, se fizermos bom uso dele. Visa a proporcionar uma comunhão de corpo e alma entre duas pessoas que se amam, para quebrar sua solidão, para sentir prazer, para gerar novas vidas. A relação sexual deve estar sempre associada ao amor para lhe dar beleza e dignidade.

 

NOIVADO:

 

         É o compromisso de casamento entre futuros esposos. É o momento em que o jovem vai pedir a filha em casamento. Os pais consentem que sua filha viva debaixo do mesmo teto do rapaz.

 

Para debate:

  1. O que é o namoro?
  2. Você conversa com os seus pais sobre esse assunto?
  3. Que é o noivado?
  4. Quando é feito o noivado?
  5. Os dois namorados devem resolver o “problema de religião” antes ou depois do casamento?
  6. O jovem cristão deve usar a camisinha?
  7. O jovem cristão pode ter relação sexual com o seus namorado(a) antes do casamento?

 

 

CASAMENTO  

 

Moisés afirma: “Por isso deixa o homem pai e mãe, e se une à sua mulher, tornando-se os dois uma só carne” (Gn 2.24).

O matrimônio tem três elementos básicos:  “o abandono” (sentido positivo), “unir-se” e “ser uma só carne”.

 “O abandono” - O casal que entra na vida matrimonial abandona, deixa para traz os seus lares e passa a construir um novo lar, uma nova célula .É um novo começo. Portanto as antigas raízes devem ficar para traz . Isso não significa desprezo aos pais ou aos demais parentes, mas quer dizer uma nova, um novo momento. Isto precisa ser compreendido pelo antigo lar e pelo novo casal.

“unir-se” – É o casamento público, é a união legal no cartório e na igreja. É a satisfação à sociedade que rodeia o casal. É o assumir, por parte dos nubentes, a responsabilidade do matrimônio e tudo o que isto implica. Esse verbo também quer dizer “colar, grudar, apegar”. É um “colar, grudar, apegar, unir” de marido e mulher de forma muito firme, muito forte. Ambos estão “colados” um ao outro que para separar será preciso quebrar! Ou seja, a separação é uma quebra, uma destruição de algo que está colado firmemente. E o sinal da quebradura vai ficar marcado.

Certa vez, um pastor, quando realizava uma cerimônia de casamento, fez a seguinte comparação: Ele pegou dois copos com água no mesmo nível dizendo: a partir de hoje vocês serão unidos e jamais alguém os conseguirá separar. Então ele tomou os dois copos com água e despejou em um só copo, dizendo quem será capaz de separar a água no copo? Assim, disse ele, serão vocês de hoje em diante. É impossível separar vocês dois.

“uma só carne” -  Isto se refere à união sexual. O matrimônio se consuma no ato sexual. Ali acontece o milagre. São dois que passam a ser um! Uma só carne não se refere somente ao ato físico, mas é também a união de dois corpos na verdade. É unir-se na vida.

O matrimônio é a união permanente de um homem e uma mulher no qual ingressam por mútuo consentimento. Como tal, e numa perspectiva cristã, o matrimônio tem três projetos básicos:

  1. Comunhão de intimidade – É o relacionamento fraterno entre o casal com um amor mútuo. O relacionamento homem-mulher é significante por si e em si, independente da procriação. Aqui estão envolvidos os aspectos de intimidade, sexo, relação como homem e mulher. Gn 2 enfatiza este aspecto relacional. Os animais têm par. Também o ser humano. “Não é bom que o homem esteja só!” Homem e mulher foram criados para a comunhão, não para a solidão (a não ser que tenha alguém com esse dom). A união entre marido e mulher estende-se ao mais íntimo partilhar do sexo. É a comunhão maior. É o ser um. Isto é muito sublime e muito significante para o casal. Mas, este projeto relacional vai além da mera satisfação sexual, do nível físico e corporal. Inclui o relacionamento pessoal, o amor, o dar-se ao outro em dedicação. Ambos são chamados a ser “uma só carne” também no ser, no aspecto existencial. Essa comunhão de intimidade ultrapassa os limites físicos do casal e se manifesta em todo o sentido dentro do casamento.
  2. Geração de filhos – Este é o propósito procriativo do matrimônio. Na ordem de Deus “crescei e multiplicai” existe o aspecto de mandamento e bênção. Procriar, gerar filhos é participar na atividade criadora contínua de Deus. No entanto o casal pode permanecer sem filhos, e isso não quer dizer que é um casamento incompleto, muito menos fracassado. Pois, o casamento não é só produzir filhos.
  3. Evitar o pecado -  Como conseqüência do pecado, a sexualidade humana acha-se desordenada. Apesar de Deus ter criado o sexo para a procriação, ele está sendo usado para negócio ou para uma diverção. O amor, pode tornar-se um deus escravisador e destruidor. O sexo é algo muito forte na vida do ser humano. O apetite sexual precisa ser controlado e disciplinado. Ele “domestica” as paixões e as canaliza para caminhos que as recolocam a serviço dos propósitos divinos. Não é o casamento que é guiado pelos desejos, mas sim, os desejos que são guiados pelo casamento! Assim sendo, o casamento é a grande escola de ternura onde marido e mulher aprendem a ser disciplinados e a servir um ao outro em amor.

 

A instituição divina do casamento, portanto, não visa apenas estabelecer uma regra moral. A sabedoria do casamento se encontra numa modalidade de relacionamento que possibilita ao ser humano encontrar-se e realizar-se através e com outro.

O esforço constante para manter os motivos que levaram à culminância do casamento  deve ser do marido e da mulher. A estabilidade do casamento depende de ambos. Essa renovação contínua do casamento permite o crescimento dos dois. Desse modo, a comunhão abençoada por Deus pode persistir apesar de os interesses do mundo conspirarem contra a estabilidade do casamento.

 

AMOR

 

         Três são os termos básicos da língua grega para “amor”.

  1. Eros – significa “amor” e é a raiz da palavra “erótico”. Porém, é amor no seu sentido ardente, um desejar, um suspirar, um amar apaixonadamente. O Eros é usualmente é entendido mais como amor a nível da carne, nível corporal.
  2. Philia – Está presente no termo “filantrópico” e é a palavra mais geral para “amor” ou relação com afeição É a relação de pessoas que estão próximas tanto dentro como fora da família. É o amor fraterno, desinteressado e inclui, hospitalidade, preocupação com o próximo.
  3. Ágape – Este é o termo que no NT usa quase em cada caso onde se fala do relacionamento de Deus com o homem. É o amor do mais alto para com o mais baixo, do superior para com o inferior, de Deus para com o homem. Deus ama o ser humano com amor ágape, conseqüentemente os cristãos amam o próximo com este mesmo amor. Este amor não é egoísta, mas ativo, dinâmico, atinge fundo e produz resultado. É o amor que está preocupado em dar. Este é o amor no nível divino.

São termos que estão presentes no matrimônio. O amor ágape é o que caracteriza de forma especial o matrimônio cristão.

Rev. Valfredo Reinholz

CRISE DOS ALIMENTOS

Conta-se que dois homens trabalhavam juntos rachando lenha. Um trabalhava o dia todo sem descansar. O outro, no entanto, trabalhava 50 minutos e descansava 10 minutos. E, por incrível que pareça ao final do dia o monte de lenha dele era sempre maior do que do seu companheiro.

“Como você sempre tem mais lenha rachada do que eu? Afinal eu trabalho mais que você!” – perguntou o primeiro. “Porque durante o tempo em que eu faço os intervalos, além de descansar eu afio o meu machado”, – respondeu o segundo.

Na vida é preciso saber planejar. Muitas pessoas trabalham dia e noite e não conseguem nada. Outras, no entanto, trabalham bem menos, e conseguem prosperar.

É porque elas aprenderam a planejar, a usar a cabeça, a inteligência. Elas plantam na época certa, só vendem quando o produto tem preço e não se deixam enganar pelos aproveitadores. Além disso, diversificam os seus negócios e não ficam investindo sempre na mesma coisa.

O Salmo 126 fala de alegria e tristeza, de abundância e escassez. O povo de Israel acabara de voltar da Babilônia, onde havia sido escravizado durante vários anos. Eles trouxeram juntos apenas alguns grãos de trigo e de cevada. Tinham agora que escolher: plantar aquilo que trouxeram junto e passar fome alguns dias ou comer o que trouxeram junto e passar fome o resto do ano.

Eles escolheram semear o que trouxeram junto. E não se arrependeram do que fizeram, pois eles obtiveram uma grande colheita, muito mais do que esperavam. Por isso diz o salmista: “Grandes coisas tem feito o Senhor por nós, por isso estamos alegres. Quem sai andando e chorando enquanto semeia, voltará com júbilo trazendo os seus feixes” (Salmo 126.3,6).

A vida na roça não é fácil. Além das formigas, dos mosquitos e do calor, tem que se lutar contra o mau tempo, o preço baixo da mercadoria e as pragas que infestam a lavoura. Mas é preciso semear, é preciso plantar. Do contrário não haverá colheita.

Antigamente se passava menos fome, pois se plantava de tudo um pouco. Plantava-se milho, feijão, arroz e mandioca. Cada um tinha uma pequena horta, onde se colhia repolho, tomate, alface e legumes. Hoje todo mundo vem comprar tudo na cidade, até chuchu. Preferem plantar pasto para o gado, cana para fazer etanol, mamona para extrair biocombustível, eucalipto para fabricar celulose do que produzir comida. É por isso que os preços nos supermercados estão assim tão altos, pois vem tudo de fora. 

Sei que é mais fácil comprar do que produzir. Mas o problema é o custo, é o dinheiro que se gasta sem necessidade. Se ninguém mais for produzir, plantar, colher, vai chegar o dia em que vai faltar alimento; ou os preços aumentarão assustadoramente, como estamos vendo nos nossos dias. E a culpa então é de quem? Nossa, porque em vez de produzir alimento estamos produzindo conforto. Portanto: é preciso plantar para colher, o mundo precisa de mais comida para alimentar a sua população.

Deus nos quer abençoar. Ele nos quer dar o necessário para a vida. Mas ele espera que nós usemos da nossa responsabilidade, do nosso esforço, da nossa capacidade. Por isso, lembremos-nos sempre das palavras do salmista: “Os que com lágrimas semeiam, com júbilo ceifarão. Quem sai andando e chorando enquanto semeia, voltará com júbilo trazendo os seus feixes” (Salmo 126.5,6).

Além do alimento para o corpo, precisamos também do alimento espiritual para a nossa alma. Este alimento Deus nos oferece através da sua palavra e dos santos sacramentos. Jesus é o pão da vida, o alimento para a nossa alma. Quem se alimenta dele pela fé não terá fome para sempre. Diz o Senhor Jesus no Evangelho de João, capítulo 6: “Eu sou o pão da vida: o que vem a mim jamais terá fome; e o que crê em mim jamais terá sede”.

Preocupemos-nos, pois, não apenas com o alimento corporal, mas também e, sobretudo, com o alimento espiritual, sabendo que “não só de pão viverá o homem, mas de toda a palavra que procede da boca de Deus” (Mateus 4.4).

Envie esta mensagem para os seus amigos e mostre para eles o quanto você se importa com eles e como eles são importantes para Deus, a ponto de sacrificar o seu próprio Filho para tê-los um dia consigo nos céus. Diz o poeta sacro, nas palavras de um hino muito conhecido: “Cristo é o nosso verdadeiro amigo, disto provas nos mostrou: quando, para ter consigo os culpados, se humanou. Veio, com seu sangue puro, dos pecados nos lavar. Paz na terra e, no futuro, vida eterna vai nos dar”.

Que o amigo Jesus, que nos salvou de todos os pecados, lhe abençoe: dando-lhe paz na terra e, no futuro, a vida eterna, que ele, na sua graça, nos promete dar. Em nome de Jesus. Amém.


Pastor Lindolfo Pieper

Espiritismo - Estudo Bíblico

ESPIRITISMO
I – HISTÓRICO
Práticas espíritas diversas e tentativas de comunicação com os mortos podem ser encontradas desde a mais remota antigüidade entre os povos bárbaros do continente europeu, asiático, entre os povos selvagens do interior do continente africano (que durante a escravatura trouxeram para a América o chamado "baixo espiritismo" do qual fazem parte a umbanda, quimbanda e candomblé)e entre os indígenas que habitavam todo o continente americano.
Mas na modernidade o espiritismo teve seu nascimento em Hydesville, no condado de Wayne, EUA, quando Katherine e Margaretta Fox tentaram se comunicar com as supostas entidades espirituais que faziam barulho em sua casa. Logo, foram ouvidas notícias de eventos semelhantes por toda parte. Estas notícias chamaram a atenção de um francês, cujo nome era Léon Hippolyte Denizrd Rivail (1804-1869), que chamou a si mesmo de Allan Kardec (considerando-se a reencarnação do mesmo) e tornou-se um dos primeiros e principais sistematizadores da doutrina espírita moderna.
No Brasil surgem notícias sobre uma grande fogueira dos livros de Kardec, feita pelo arcebispo de Madri, na Espanha. Jornais brasileiros publicam a partir de 1853 notícias sobre sessões espíritas e fenômenos paranormais. O espiritismo torna-se assunto em pauta na classe média e alta da sociedade brasileira. Em 17 de Setembro de 1865 surge em Salvador, na Bahia, o primeiro Grupo Familiar do Espiritismo.

 II – A SITUAÇÃO DO ESPIRITISMO NO BRASIL
O espiritismo tem crescido sobremaneira no Brasil. Calcula-se que cerca de 60% da população brasileira têm ou já tiveram alguma ligação com o espiritismo. Muitos que se intitulam católicos freqüentam periodicamente os centros espíritas. É aberto a todas as religiões e pessoas que querem consultar os que já morreram, esperando ouvir alguma mensagem do falecido.

 III – PRINCIPAIS ENSINOS
Os espíritas, que também se julgam cristãos, pretendem basear seus argumentos na passagem bíblica de 1 Samuel 28.1-25, onde fala que o rei Saul consultou a médium de En-Dor.
Mas é bom vermos o que Deus diz em Sua Santa Palavra sobre isto. É bom vermos o que aconteceu com o rei Saul depois disto. Para isto queremos ver os seguintes versículos bíblicos: Dt 18.9-14; Is 8.19; 1 Cr 10.13.
A partir disso vemos que os espíritas ensinam a reencarnação e a comunicação com os mortos.
Vimos a pouco que os espíritas também se julgam cristãos, mas negam as doutrinas do cristianismo, tais como a Bíblia, a Trindade, a Divindade de Jesus, o Pecado Original, a Obra Salvadora de Jesus, o Perdão Divino, Céu e Inferno, Satanás e os Demônios...

 IV – AVALIAÇÃO DOS ENSINOS COM BASE EM TEXTO BÍBLICOS
 1. O Espiritismo nega a Bíblia: A doutrina espírita diz que a Bíblia é fruto do pensamento humano, cheia de contradições e que não pode dar nenhuma orientação ou prova sobre alguma coisa, por isso que a base de nosso ensino é o que os espíritos nos dizem, daí o nosso nome – Espiritismo.
A Bíblia diz: 2 Tm 3.16-17; 1 Ts 2.13; 2 Pe 1.21; Dt 4.2; Jr 30.2.
2. O Espiritismo nega a Trindade: A doutrina espírita diz que não existe Deus, mas sim um ser superior que criou todas as coisas e as governa. A doutrina espírita diz que Jesus não é Deus, mas um simples homem com um espírito evoluído e perfeito. A doutrina espírita nega que o Espírito Santo é Deus, mas que Ele é o conjunto de todos os espíritos bons, aperfeiçoados e puros.
A Bíblia diz: O Pai é Verdadeiro Deus. Jo 17.3; Jo 3.16; Gl 4.4. Jesus é Verdadeiro Deus e Verdadeiro Homem. Jo 3.16; Hb 13.8; Mt 28.18; Jo 2.1-11; Mt 9.1-8; Lc 8.22-25; Jo 11.38-44; 1Tm 2.5; Lc 24.39; Mt 26.38; Mc 4.38; Mt 4.2; Jo 11.35. O Espírito Santo é Verdadeiro Deus. At 5.3,4; Jo 20.22; 1 Co 2.10. Algumas passagens que se referem a Trindade na Bíblia: Gn 1.1-3,26; Gn 3.22; Gn 11.7; Is 42.1; Mt 3.16,17; Mt 28.18-20; Jo 15.26.
3. O Espiritismo nega o Pecado Original, a Obra Salvadora de Jesus e o Perdão Divino: A doutrina espírita diz que nunca houve uma queda em pecado. Todo mal cometido e realizado é uma dívida contraída numa encarnação anterior que deverá ser paga nesta encarnação ou na seguinte. E a salvação não se obtém pela graça nem pelo sangue derramado por Jesus, mas a salvação é ponto de esforço individual que cada um deve empregar na medida de suas forças. E nesta mesma linha de pensamento entra o perdão divino. A pessoa precisa conquistar o perdão através de obras de caridade, para na próxima encarnação ser uma pessoa boa.
A Bíblia diz: Gn 8.21; Sl 51.5; Rm 5.19; Rm 7.18,23; Ef 2.3; Tg 1.14,15. Êx 15.2; Jl 2.32; Mq 7.7; At 4.12; Jo 3.16; 1 Jo 4.10; Ef 1.7; 1 Jo 1.7; At 16.31; Jo 11.25,26. Ef 4.32; Mc 2.5.
4. O Espiritismo nega o Céu e o Inferno: A doutrina espírita diz que o céu é o mundo dos espíritos. E o inferno, segundo eles, é aqui e agora. Daí vem a expressão: "Aqui se faz; aqui se paga." Eles dizem que "se há um Deus capaz de condenar uma de suas criaturas a sofrer eternos horrores por uma falta momentânea, cometida contra quem for, então Deus está muito abaixo das solas dos nossos sapatos. Nós nos julgamos, por isso, muito superiores a um tal Deus."
A Bíblia diz: O Céu. Jo 14.2; Ap 7.13-17; 1 Pe 1.4. O Inferno. Sl 9.17; Mt 10.28; Mt 25.41,46; Mc 9.43-48; Lc 12.5.
5. O Espiritismo nega Satanás e os Demônios: A doutrina espírita nega a Satanás e os demônios, dizendo que eles são habitantes do mundo dos espíritos, sendo espíritos desencarnados que estão em evolução, melhorando-se a cada encarnação e a cada boa ação que fizerem.
A Bíblia diz: Lc 4.33-36; Jo 8.44; Lc 4.6-8; 1 Pe 5.8,9.

 V – CONCLUSÃO
O que concluímos deste estudo?
1. O espiritismo não é uma religião cristã, como eles querem se denominar, mas um legítimo exemplo crasso do mais primitivo paganismo.
2. Que a reencarnação está em oposição a doutrina bíblica da morte, juízo, ressurreição, condenação e salvação. A Bíblia estabelece que o destino eterno do homem é decidido por Deus no momento de sua morte, quando a alma entra em julgamento divino para ouvir a sentença: ou vida eterna, ou morte eterna. O Juízo Final apenas confirmará a sentença. Conferir Hb 9.27; Pv 11.7; Lc 23.43; At 17.31; Mt 10.22; Jo 3.18.
3. Não havendo nenhum retorno após a morte, não pode haver comunicação entre mortos e vivos, conferir Lc 16.19-31. Portanto, os que tem contato com os pretensos espíritos, por meio de culto, "trabalho" ou consulta, na realidade se comunicam com os espíritos malignos, os demônios. Moisés repreende o seu povo por ter imitado tais práticas pagãs dizendo: "Sacrifícios ofereceram aos demônios, não a Deus; a deuses que não conheceram, novos deuses que vieram há pouco..." Dt 32.17. Conferir ainda Lv 19.31; Dt 18.9-14; 1 Cr 10.13; Is 8.19,20.

 

 VI – FONTES PESQUISADAS
ENCICLOPÉDIA HISTÓRICO-TEOLÓGICA DA IGREJA CRISTÃ. Ed. Walter A. Elwell. Volume II, págs. 49-50.
GOERL, Otto. Provai os Espíritos. Concórdia Editora Ltda. 1996.
JANNER, Alexandre A. O Espiritismo Kardecista. (Trabalho apresentado na disciplina de Denominações Religiosas no Brasil na Faculdade de Teologia do Seminário Concórdia de São Leopoldo em 1999).

Espiritismo à luz da Palavra de Deus

O Espiritismo
À luz da Palavra de Deus

1. Introdução – Por que examinar o espiritismo à luz da Palavra de Deus?

 Há várias razões. A expansão e o assédio do espiritismo, que desvia cristãos incautos, são motivos suficientes para que nos dediquemos a este estudo.
Desde o século 19, o espiritismo está se alastrando muito, especialmente no mundo ocidental. O Brasil, especialmente, tem sido campo fértil para a sua proliferação. Qual a razão disto, aqui em nosso país? (Opiniões).
A 1ª sessão espírita no Brasil aconteceu em 17.09.1858. Já por volta de 1950, somente em S.Paulo já havia 1.869 associações mediúnicas registradas em cartório, fora as não registradas (espiritismo, umbanda, candomblé). Na década de 70, no mesmo século, só na cidade de S. Paulo já havia 8.685.
O livro "Evangelho Segundo o Espiritismo", de Allan Kardec, já vendeu mais de 12 milhões de exemplares em nosso país.
Um grave problema: Muitos adeptos das igrejas cristãs participam de práticas do espiritismo e acreditam nos seus ensinamentos frontalmente opostos ao Evangelho de Jesus Cristo. Por que isto acontece? (Opiniões).
Estas são algumas razões porque os cristãos precisam saber mais sobre o espiritismo.

2. Conceito

 A palavra espiritismo (fr. Spiritisme) apareceu como um neologismo criado por Allan Kardec, que o utilizou pela primeira vez na introdução de "O livro dos Espíritos" (1857), para mostrar o corpo de idéias por ele sistematizado. Espiritismo = "Spirit" (Espírito) + "Isme" (Doutrina). Este termo, popularmente (no cotidiano), significa uma designação de tudo o que diz respeito à comunicação com o além-túmulo.
A Encicloplédia Delta Larousse traz o seguinte conceito: "Filosofia religiosa que tem por objeto o aperfeiçoamento moral do homem, com base nos conhecimentos adquiridos graças à manifestação das almas ou espíritos mortos".
O Novo Dicionário de Aurélio conceitua o espiritismo desta maneira: "Doutrina baseada na crença da sobrevivência da alma e da existência de comunicação, por meio de mediunidade, entre vivos e mortos, entre os espíritos encarnados (vivos) e os desencarnados (mortos)".
O espiritismo tem variantes: Umbanda (análogo de quimbanda), que designa basicamente os cultos afro-brasileiros. Estas variantes são conhecidas por outros nomes: Candomblé (especialmente na Baía), mais tarde de umbanda. Dependendo da origem e do sincretismo (tentativa de conciliar crenças díspares e opostas) que assumem, os cultos afro-brasileiros recebem diferentes nomes em várias regiões do país: Pajelança e batuque (Especialmente na Amazônia); Toré (Alagoas); Xangô ( principalmente em Pernambuco e Paraíba; Catimbó (No nordeste); etc. – Todas estas manifestações têm em comum a doutrina da reencarnação e da necromancia.

3. Histórico – e formação de Allan Kardec

 Quando e onde foi o início do espiritismo? O embrião é encontrado em Hydesville, condado de Wayne, USA, num barraco de madeira onde vivia a família metodista de John D. Fox. Nas paredes e teto do quarto das meninas Katherine e Margareth eram ouvidas portes pancadas. Até que, na noite de 31 de março de 1848, Katherine, com nove anos de idade, desafiou o "invisível" a reproduzir as pancadas que ela daria. Vieram as respostas. Iniciou-se, assim, de acordo com os espíritas, a comunicação do mundo espiritual (mortos-desencarnados) com o mundo dos encarnados (vivos). Este "fenômeno" nunca foi explicado (Será que foi um "fenômeno"?).
O Congresso Internacional de Espiritismo (1925), reunido em Paris, decidiu erigir um monumento em Hydesville (USA) e fazer a seguinte inscrição no monumento: "...em homenagem à mediunidade, base de todas as demonstrações sobre que se apóia o espiritismo. A morte não existe. Não há mortos." (Este monumento foi inaugurado em 04.12.1927).
Quem é Allan Kardec? – Allan Kardec é um pseudônimo adotado por Hippolyte Leon Denizard Rivail. Nasceu em Lion, França, em 03.10.1804, de família católica. Estudou, a partir dos 10 anos, na Suíça, no Instituto de Educação dirigido por João Henrique Pestalozzi (calvinista – cristianismo racionalista). O ambiente religioso deste Instituto era protestante-liberal, que identificava religião com moralidade. Este ambiente influenciou (determinou?) Allan Kardec. Para ele, "a moral cristã, isenta dos dogmas de fé a ela associados, estava muito próxima a um código de ética divino e racional que o homem possui". Em resposta à pergunta 625 de Kardec, os "Mensageiros Superiores" afirmam que Jesus Cristo é o maior exemplo moral de que dispõe a humanidade (Livro dos Espíritos, página 298). Num estudo sobre a natureza de Cristo, Kardec nega a divindade de Cristo. (Obras Póstumas, 13ª Edição, pág.121). Rousseau e Pestalozzi são dois precursores da idéia de uma "religiosidade natural", predominantemente moral. Isto é evidenciado com a publicação de O Evangelho segundo o Espiritismo e de O Céu e o Inferno.
O Prof. Antônio Flávio Pierucci, do Departamento de Sociologia da Universidade de São Paulo, um estudioso da religiosidade brasileira, procura demonstrar que o Espiritismo não é uma religião cristã. Afirma que "os espíritas utilizam o Cristianismo para se legitimarem". Isto é, para conquistarem a simpatia dos cristãos usam de uma roupagem cristã, citando textos bíblicos e o nome de Jesus Cristo para seduzirem e enganarem sutilmente os incautos cristãos. O espiritismo não pode ser identificado com o cristianismo porque nega o fundamento do cristianismo. Nega a divindade de Jesus Cristo, a Santíssima Trindade e outras doutrinas e ensinamentos cristãos.

4. Alguns dos principais ensinamentos e crenças do espiritismo

 3.1 - Negação da Divindade de Jesus Cristo

Este é o erro fundamental no ensino do espiritismo. Quem nega a divindade de Jesus Cristo não pode denominar-se cristão. Bastaria este ponto para que os cristãos
rejeitassem definitivamente o espiritismo.
Para os cristãos, o fundamento da fé é a Palavra de Deus. Vejamos, pois, alguns textos
bíblicos que se referem a Jesus:
a) 1 Jo 5.20: "Também sabemos que o Filho de Deus é vindo, e nos tem dado entendimento para reconhecermos o verdadeiro; e estamos no verdadeiro, em seu Filho Jesus Cristo. Este é o verdadeiro Deus e a vida eterna".
b) Jo 1.1-2: "No princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus. Ele estava no princípio com Deus". Jo1.14: "E o Verbo se fez carne, e habitou entre nós, cheio de graça e de verdade, e vimos a sua glória como do unigênito do Pai".
c) Hb 1.6: "E, novamente, ao introduzir o Filho no mundo, diz: E todos os anjos o adorem". Comparemos este texto com o de Mt 4. 10: "Ao Senhor teu Deus adorarás, e só a ele darás culto".
d) 1 Jo 2.22-23: "Quem é o mentiroso senão aquele que nega que Jesus é Cristo? Este é o anticristo, o que nega o Pai e o Filho. Todo aquele que nega o Filho, esse não tem o Pai; aquele que confessa o Filho, tem igualmente o Pai". Importante lembrar: O autor das três epístolas de João e do Evangelho de João, enfrentou os ensinos do gnosticismo – que negavam a divindade de Jesus Cristo.
Existem muitos outros texto sobre o assunto.

3.2 –Negam a necessidade da expiação vicária (substitutiva)

O que é Expiação vicária? Jesus Cristo, que se assumiu também a natureza humana, cumpriu toda a lei divina e sacrificou-se em lugar dos homens, pagando toda a dívida e culpa dos homens, oferecendo, conseqüentemente, a salvação gratuita aos homens. Os homens nada precisam fazer para serem salvos e chegarem à perfeição eterna. Fazem boas obras, sim, não para serem salvos e chegarem à perfeição eterna, mas porque estão salvos gratuitamente e contam com a promessa de chegarem à perfeição eterna nos "novos céus e nova terra" que Deus implantará com a Segunda Vinda de Cristo.
O espiritismo insiste em afirmar que cada pessoa deve ser seu próprio redentor através do sistema de reencarnação. Por isso, no espiritismo a sotereologia, doutrina sobre a redenção ou a salvação dos homens, é deslocada da cristologia para a antropologia. Leon Denizard afirma: "Não, a missão de Cristo não era resgatar com seu sangue os crimes da humanidade. O sangue, mesmo de um Deus, não seria capaz de resgatar ninguém. Cada
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qual deve resgatar-se a si mesmo, resgatar-se da ignorância e do mal. É o que os espíritos, aos milhares, afirmam em todos os pontos do mundo". (Cristianismo e espiritismo, pág.88). Segundo, ainda, Allan Kardec a "contrição é apenas o início da expiação e tem como conseqüência o desejo de uma nova encarnação para se purificar".

Refutamos este erro e afirmamos a verdade com alguns textos bíblicos:
a) Gl 3.13: "Cristo nos resgatou da maldição da lei, fazendo-se ele próprio maldição em nosso lugar...".
b) Mt 20.28: "Tal como o Filho do homem, que não veio para ser servido, mas para servir e dar a sua vida em resgate por muitos".
c) 1 Pe 1.18-19: "Sabendo que não foi mediante cousas corruptíveis, como prata ou ouro, que fostes resgatados do vosso fútil procedimentos que vossos pais vos legaram, mas pelo precioso sangue, como de cordeiro sem mácula, o sangue de Cristo".
d) 1 Jo 1.7: "O sangue de Jesus, seu Filho, nos purifica de todo o pecado".
e) 2 Tm 1. 9: "Que nos salvou e nos chamou com santa vocação; não segundo as nossas obras, mas conforme a sua própria determinação e graça que nos foi dada em Cristo Jesus antes dos tempos eternos, e manifestada agora pelo aparecimento de nosso Salvador Cristo Jesus, o qual não só destruiu a morte, como trouxe à luz a vida e a imortalidade, mediante o evangelho..."
f) Ef 2.8-9: "Porque pela graça sois salvos, mediante a fé; e isto não vem de vós, é dom de Deus; não de obras, para que ninguém se glorie".
Muitos outros textos podem ser citados.
Levar alguém à crença de que pode auto redimir-se mediante o próprio esforço, é conduzi-lo diretamente ao inferno, pois a Palavra de Deus diz: "Crê no Senhor Jesus Cristo e serás salvo, tu e tua casa". Num outro texto diz: "Quem, porém, não crer será condenado" (Mc 16.16). Quem acredita em sua própria capacidade de se auto-resgatar está perdido para sempre, enquanto não se arrepender deste erro fatal.

3.3 – Ensinam a reencarnação

 O que é a reencarnação? – É a crença ou suposição da pluralidade das existências, também chamada de palingenesia (Do grego: pálin = repetição, de novo + gene(s)+ia).
Fundamentam esta crença da reencarnação nos seguintes pontos:
a) O homem é um espírito ligado temporariamente a um corpo.
b) A alma é o espírito enquanto ligado ao corpo.
c) O espírito é imortal.
d) A reencarnação é o processo natural de aperfeiçoamento dos espíritos, até que cheguem ao último estágio, ou seja, espírito puro.

 A doutrina da reencarnação tem quatro proposições:

 1ª - Pluralidade das existências. Segundo o espiritismo, cada ser humano viverá
inúmeras vezes em corpos matérias novos (encarna de novo).

Respondemos: O Novo Testamento conclama os cristãos a que estejam sempre preparados para a morte e também para o Dia do Juízo, que acontecerá na Segunda Vinda de Jesus Cristo. Pois, na morte estaremos diante da decisão eterna, e não diante de uma nova chance de voltar a reencarnar-se.
A história do rico e de Lázaro (Lc 16.19-31) não permite perspectiva de reencarnação, nem para o eternamente salvo (Lázaro) e nem para o eternamente perdido (rico).
O ladrão arrependido na cruz ouve da boca do Senhor: "Hoje estarás comigo no paraíso" (Lc 23.43). Este ladrão não tinha desenvolvido uma vida perfeita, mas era muito pecador. Como poderia ingressar "no paraíso" naquele mesmo dia, no estado em que se encontrava? Segundo o espiritismo, não teria que voltar para, através de nova existência, tentar purificar sua vida? No entanto, Cristo o leva para a vida eterna e perfeita, mediante o perdão que lhe concede. Este ladrão confiou na obra meritória de Jesus a seu favor. Não há nenhuma referência sobre voltar para se purificar em sucessivas existências. Pelo contrário, há a certeza dada pelo Senhor de que ele estará, no mesmo dia, no paraíso.

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 O Ap. Paulo, referindo-se ao Evangelho que anunciava, tinha dito: "Porque eu não o recebi, nem o aprendi de homem algum, mas mediante revelação de Jesus Cristo..." (Hb 1.12). Agora escreve: "E, assim como aos homens está ordenado morrerem uma só vez e depois disto, o juízo, assim também Cristo, tendo-se oferecido uma vez para sempre para tirar os pecados de muitos, aparecerá, segunda vez, sem pecado, aos que o aguardam para a salvação". (Hb 9.27-28). "Sem pecado" - na primeira vinda carregou sobre si os pecados de toda a humanidade. Ele viera como Salvador. Na segunda vinda se apresentará como Juiz.
Na Bíblia não há nenhum fundamento para a crença na reencarnação. A Palavra fala da ressurreição. Ler: 1 Co 15 e 16; 1 Ts 4.13-18 e muitos outros.

 2ª - Progresso contínuo para a perfeição. Dizem que a lei do progresso contínuo
impele a alma sempre para novas vidas. Não aceitam um estado definitivo de
condenação (Inferno). Afirmam que, mais cedo ou mais tarde, todos chegarão à
perfeição final de espírito puro.

 Respondemos: O castigo eterno (Inferno) existe! "E irão estes para o castigo
eterno, porém os justos para a vida eterna".(Mt 25.46). Notemos que fala em
"castigo ETERNO", e não numa estada temporária! Lembremos novamente a
história do rico e de Lázaro. Não há volta! Existem inúmeros outros textos que
provam a punição eterna, sem volta, para os que não creram em Jesus Cristo.
"Quem crer e for batizado será salvo; quem, porém, não crer será condenado". (Mc
16.16). A eternidade será determinada pelo fato de alguém crer ou não no Senhor
Jesus Cristo. Isto, e ponto final!

 3ª - A conquista da meta final por méritos próprios. Dizem que em cada nova
existência a alma avança e progride na proporção dos seus esforços. Todo o mal
praticado será reparado com expiações pessoais, sofridas pelo próprio espírito em
novas e difíceis encarnações.

Respondemos: O centro do evangelho é "Ele tomou sobre si os nossos pecados..." (Ler todo o cap. 53 de Isaías). O homem, por si só, está morto: "Ele vos deu vida, estando vós mortos nos vossos delitos e pecados..." (Ef 2.1). "Porque pela graça sois salvos, mediante a fé, e isto não vem de vós, é dom de Deus..." (Ef 2.8). O homem nada pode fazer a seu favor diante da justiça divina. Daí a necessidade da intervenção divina. "E ele é a propiciação pelos nossos pecados, e não somente pelos nossos próprios, mas ainda pelos do mundo inteiro". (1 Jo 2.2) Lembrar ainda: Gl 2.20; 1 Co 6.11; 2 Tm 1.9ss e outros.

 4ª - Gradativa independência do corpo. Dizem que, após sucessivas
reencarnações e auto-aperfeiçoamento, finalmente a pessoa chega ao estágio de
puro espírito. Negam assim a ressurreição.

Respondemos: A ressurreição é um fato e é a nossa esperança. Jo 5.28-29; Jo 6.54; 1 Co 15 e 16, etc. advogar a causa da reencarnação é negar totalmente o fundamento da fé cristã.

 3.4 – Evocação dos falecidos (necromancia)

 O termo evocar significa "chamar de algum lugar ou situação", "fazer
aparecer". No caso do espiritismo: "Chamar um determinado falecido,desencarnado,
para confabular com ele".
O espiritismo se apresenta como a "terceira revelação". Dizem que a primeira foi
por Moisés, que revelou aos homens a existência de um Deus único e os 10
Mandamentos. A segunda, por Jesus Cristo, mostrou que Deus não é terrível,
ciumento e vingativo como Moisés o revelara. Revelou ainda a imortalidade da alma e
a vida futura. A terceira, dizem eles, foi através dos espíritos, principalmente do
"Espírito da Verdade", o "Consolador", prometido por Jesus.

 

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Respondemos:

a) Em primeiro lugar, a promessa de Jesus sobre a vinda do Espírito da Verdade
não foi tão vaga para um futuro tão incerto, nem tão pouco "espíritos", como
eles alegam. Em Lc 24.49, Jesus diz: "Eis que envio sobre vós...". Não será
uma evocação pelos discípulos (foram eles médiuns?), mas será enviado, será
uma iniciativa de Deus, não iniciativa dos homens!
b) Em Jo 14.16, Jesus afirma: "Ele vos dará outro Consolador, a fim de que
esteja para sempre convosco". É afirmado que "Deus dará...". E mais: "esteja
para sempre convosco". Não estará presente quando evocado eventual e
esporadicamente, mas sempre! Além disto, fala no singular, fala do Espírito
Santo, e não de qualquer "espiritozinho" que anda vagando por aí. Usar o
texto acima para querer justificar a possibilidade de evocar espíritos de
pessoas mortas é usar o santo nome de Deus em vão e blasfemar contra o
Santo Espírito!
O Espírito Santo está sempre com os cristãos. Caso contrário, não teríamos
condições de ser e permanecer cristãos. "Não sabeis que sois santuário do
Espírito de Deus, e que o Espírito de Deus habita em vós?" (1 Co 3.16). (Ler
ainda: 1 Co 12.3; At 2.1-4 – que relata a descida do Espírito Santo, e outros
textos).
c) Mesmo os anjos, que são espíritos, não podem e não devem ser evocados
pelos humanos. Nós pedimos a Deus para que Ele os envie para a nossa
proteção. Lc 1.26-28: "Gabriel...enviado por Deus".
d) Diferente é a situação quando a iniciativa é dos homens. Quem pretende provocar a manifestação de algum falecido para dele receber mensagem ou notícia, pratica a necromancia, expressão que vem do grego nekrós (falecido, morto) e mantéia (adivinhação). Quem tenta, pois, comunicar-se com espíritos de falecidos com o fim de colocá-los a serviço do homem, realiza um ato conhecido como magia. Magia branca, quando a favor de alguém e pelo bem. Magia negra, quando para o mal. A magia negra também é denominada de malefício, de feitiçaria ou bruxaria. Todas estas tentativas de comunicação são conhecidas como evocação.
A Bíblia tem respostas claras e definitivas sobre este assunto. Verifiquemos os seguintes textos:
Lv 19.31: "Não vos voltareis para os necromantes, nem para os adivinhos; não os procureis para serdes contaminados por eles: Eu sou o SENHOR vosso Deus".
Lv 20.6: "Quando alguém se virar para os necromantes e feiticeiros para se prostituir com eles, eu me voltarei contra ele e o eliminarei do meio do seu povo".
Ler ainda: Lv 20.27; Dt 18.10-14; 2 Rs 17.17; Is 8.19-20; 1 sm 28.3-25; Êx 22.18. No texto de 1 Sm Deus anuncia os castigos de Deus.
O mandamento divino não foi revogado no Novo Testamento:
At 13.6-12; At 16.16-18; At 19.11-20; Gl 5.20-21; Ap 21.8; Ap 22.15...

O rico e Lázaro – (Lc 16.19 ss) – Ensinamentos muito significativos:

a) Já no além, após a súplica, o rico é informado de que a separação de
ambos é definitiva e a comunicação entre eles é impossível. A resposta é
clara e dura no versículo 26: "E, além de tudo, está posto um grande
abismo entre nós e vós, de sorte que os que querem passar daqui para
vós outros não podem, nem os de lá passar para nós".
b) Depois, o rico apela para a filantropia, vs.27 e 28: "Pai, eu te imploro
que o mandes à minha casa paterna, porque tenho cinco irmãos; para que
lhe dê testemunho a fim de não virem também para este lugar de
tormento". Parecia uma boa sugestão. Estabelecer-se-ia um útil
Intercâmbio entre os "desencarnados" e os "encarnados". Poderia haver
uma troca de informações e esclarecimentos, baseada na experiência
"viva" dos mortos.
(Nota: Não há fundamento para se afirmar que o rico acompanhava os
os fatos que aconteciam na terra após a sua morte. Ele apenas está com
lembrando os fatos que conhecia ao partir da vida terrena).
b) Mas, de novo, a resposta do céu é seca, v. 29: "Eles têm Moisés e os
profetas;ouçam-nos".

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c) O rico continua insistindo com a justificativa, V. 30: "Não, pai Abraão; se
alguém dentre os mortos for ter com eles, arrepender-se-ão".
d) A resposta do céu, porém, é sem rodeios, V.31: "Se não ouvem a
Moisés e aos profetas, tão pouco se deixarão persuadir, ainda que
ressuscite alguém dentre os mortos".
É a rejeição final da proposta espírita!

 Neste texto não está em discussão a questão se Deus deseja ou não a
salvação de todos. É claro que ELE a quer. A Palavra de Deus informa: "O
qual deseja que todos os homens sejam salvos e cheguem ao pleno
conhecimento da verdade", está escrito em 1 Tm 2.4. Na história do "Rico e
Lázaro". Deus não quer deixar ninguém na ignorância sobre a situação eterna
dos que morreram. Para levar as pessoas à salvação, Deus estabeleceu uma
maneira de fazer isto: Através da revelação de Jesus Cristo e de sua Palavra.
Na história está registrado: "Eles têm Moisés e os profetas". Moisés representa
a lei, os profetas o evangelho. Na realidade, podemos dizer: "Eles têm a
Palavra de Deus, a Bíblia". Em outras palavras: "Eles, os encarnados, que
aceitem a Palavra e se deixem orientar e conduzir por ela"! Deus não
concorda que haja uma comunicação entre mortos e vivos.
Examinemos ainda: Ef 1.9-10; Jo 1.1-18.

5. Cuidado!

a) O Senhor Jesus alertou sobre o surgimento de falsos profetas:
"Levantar-se-ão muitos falsos profetas e enganarão a muitos" (Mt 24.11)
Outros textos: Mt 7.15; Mt 24.24; Mc 13.22; 2 Pe 2.1 e outros.

b) Deus chama atenção sobre o ensino diferente ou contrário:
"Admira-me que estejais passando tão depressa daquele que vos chamou na graça de Cristo, para outro evangelho; o qual não é outro, senão que há alguns que vos perturbam e querem perverter o evangelho de Cristo. Mas, ainda que nós, ou mesmo um anjo vindo do céu vos pregue evangelho que vá além do que vos temos pregado, seja anátema (amaldiçoado)".
Os livros do espiritismo tentam impor "evangelho que vá além".

c) A Palavra de Deus revelada aos homens e registrada na Bíblia permanece para sempre e não será superada por qualquer outra "revelação" ou desatualizada:
"Porque em verdade vos digo: Até que o céu e a terra passem, nem um i ou um til jamais passará da lei, até que tudo se cumpra". (Mt 5.18) .

d) Como interpretar os "fenômenos" que são manifestados nas sessões espíritas?
d.1) Cuidado com os truques e as fraudes que são preparados para dar a aparência de uma manifestação de um espírito.
d.2) Especial atenção precisa ser prestada ao que Satanás pode apresentar. Diz o
texto sagrado, a Bíblia: "Porque os tais falsos apóstolos, obreiros fraudulentos,
transformando-se em apóstolos de Cristo. E não é de se admirar; porque o próprio
Satanás se transforma em anjo da luz". (2 Co 11.13-14). Ele pode fazer sinais e
prodígios, através dos seus agentes, que são os falsos doutrinadores, para
enganar, se possível, os próprios cristãos. "Pois surgirão falsos cristos e falsos
profetas, operando sinais e prodígios, para enganar, se possível, os próprios
eleitos" (Mc 13.22). Portanto, não nos deixemos enganar com sinais e
manifestações extraordinários, para os quais não encontramos explicação humana.
Então, toda a vez que acontecerem sinais e prodígios, através de pessoas que
invocam espíritos de mortos, coisa proibida claramente por Deus, podemos ter a
certeza de que é coisa diabólica e altamente perniciosa e perigosa à nossa fé
verdadeira.

e) É importante e vital permanecer no ensino aprendido da Palavra de Deus:
"Tu, porém, permanece naquilo que aprendeste..." (2 Tm 3.14)
Jesus diz: "Conhecereis a verdade e a verdade vos libertará ...". Jo 8.32

6. Outras ensinamentos

 Há muitos outros ensinamentos que poderíamos aqui mencionar. No entanto, bastam estes que mencionamos para que todos percebam quão perniciosos são os ensinos do espiritismo.
É importante que todos busquem o entendimento da Palavra de Deus para que saibam as verdades de Deus e saibam resistir ao assédio do espiritismo.

7. Conclusão

 Obrigado, Senhor, porque revelaste o teu maravilhoso evangelho da salvação em Jesus Cristo para todos nós. Mantém-nos na fé verdadeira e conduze-nos sempre, pelo teu Santo Espírito, na verdade do teu santo evangelho durante todos os dias de nossa vida!

Rev. Martinho Sonntag

Superstição: uma idolatria que despera interesse

SUPERSTIÇÃO: UMA IDOLATRIA QUE DESPERTA INTERESSE

INTRODUÇÃO
Você sabia que é um supersticioso por natureza?
O que você entende por superstição?

DESENVOLVIMENTO
A natureza humana é idólatra e supersticiosa. Ela foge da verdade de Deus, do verdadeiro culto e temor a Deus e promove confiança em suas próprias obras e cultos. No curso da História, muitos têm caído neste erro. Podemos dizer que somos supersticiosos por natureza, pois superstição é pecado e somos pecadores por natureza (cf. Sl 51.5).
O Dicionário da Bíblia Almeida define superstição da seguinte maneira: "crendice ou prática resultante de ignorância, medo do desconhecido ou confiança em MAGIA".
O Dr. Hans Horsch, (Pastor e Professor) diz: "Superstição é uma atitude de fé desvirtuada. É fé errada. Fé invertida ou pervertida. É uma atitude de fé deficiente ,pois confia em forças irreais e dependentes da imaginação do homem."
Podemos definir superstição como um tipo de idolatria que desperta o interesse dos jovens, adultos e também das crianças. E este interesse é despertado onde há falta de conhecimento bíblico, pois as pessoas mais supersticiosas são justamente aquelas que não têm conhecimento bíblico.
E isto é uma artimanha que o astuto inimigo (o diabo) usa para desviar a confiança que o povo de Deus tem em Cristo e em Sua Palavra, para algo que vem do maligno. É confiança na criatura em vez do Criador. Sendo a superstição um tipo de idolatria, o diabo estará induzindo você a pecar contra o Primeiro Mandamento: "Eu sou o SENHOR teu Deus, não terás outros deuses diante de mim", do qual dependem os outros nove. E quanto a isto Deus nos adverte severamente (cf. Lv 26.1; Dt 5.8; Dt 16.21,22; Dt 13.6-8; Is 8.19).
Alguém também definiu a superstição como: "a fé que anda no caminho proibido". É a fé desviada. Ela é idolatria tanto pelo número de coisas a observar e temer como pela ação de adorar e confiar em objetos em lugar do Criador. Podemos, por isso, afirmar que a fé nos une a Deus, enquanto a superstição nos afasta de Deus e nos aproxima de Satanás.
Por incrível que pareça, quanto mais o homem tem progredido, mais ele se mete em feitiçarias e superstições. Jornais e meios de comunicação em geral, trazem o horóscopo, receitas de simpatias, etc. Nos carros e residências vemos amuletos, talismãs, figas, meia lua, pata de coelho, cavalo marinho, ferradura, espada de São Jorge, pirâmide, chá de arruda plantado perto da porta, etc. São objetos usados para atrair "o bem e afastar o mal".
Por outro lado, há aquelas coisas que são consideradas como as que "dão azar".  São elas, por exemplo: passar embaixo de escada; saltar da cama com o pé esquerdo; número 13; entrar por uma porta e sair por outra; casar em Agosto; gato preto; varrer o lixo para fora de casa à noite, etc. Para os supersticiosos tais coisas devem ser evitadas, pois causam um grande azar.

TIPOS DE SUPERSTIÇÃO E O PERIGO PARA AS PESSOAS
Vários são os tipos de superstição à "disposição" das pessoas, principalmente nos meios de comunicação, como jornais, revistas e outros. É preciso estar a tento. Na própria Bíblia encontramos exemplos desse tipo de idolatria (ler Dt 18.9-12). Lembremos os mais comuns em nossos dias:
O horóscopo é uma superstição das mais praticadas. Confiança nos astros. Será que Deus deu poder para astros decidirem sobre o futuro das pessoas? Além do mais, quantas pessoas neste mundo possuem o mesmo horóscopo? Será que acontece com todos igualmente aquilo que é "predito" no horóscopo do dia? Certamente não.
O medo do número 13; o medo da Sexta-feira 13 (principalmente se a mesma cai no mês de Agosto); muitas coisas não são feitas no mês de Agosto, como por exemplo: casar, mudar-se de uma casa para outra, etc.
Medo de gato preto. Casa e vida protegidas por uma ferradura, ou pelo chá de arruda. Os famosos jogos de carta do baralho cigano, tarô, búzios, despachos, benzeduras, etc...
A superstição também está presente no mundo religioso, dentro de igrejas que querem se dizer cristãs. Em alguns programas religiosos vemos que supostos líderes religiosos mandam as pessoas colocarem um copo d'água sobre a televisão, ou uma peça de roupa, ou galhos de determinada planta ou uma rosa ou algum outro objeto, para que depois da oração que será feita, a pessoa deverá beber aquela água, ou usar aquela roupa, guardar o galho daquela planta ou a rosa ou outro objeto porque assim todos os seus problemas desaparecerão e a pessoa está protegida dos perigos.
Depositar a confiança nestas coisas é afrontar ao Deus Todo-Poderoso. É diminuir e limitar o poder e a ação de Deus na vida das pessoas. Quando isto acontece, o diabo se alegra, pois é mais um que ele desvia da fé e arranca das mãos de Deus.

CONSEQÜÊNCIAS DA SUPERSTIÇÃO
O castigo de Deus: Deus proíbe tais práticas e ameaça seriamente quem as pratica (cf. Lv 19.31; Lv 20.6,27; Dt 18.9-14; 1 Cr 10.13,14 e tb. 1 Sm 28.7,8).
A perda da fé: Cada passo dado neste caminho, deixa a alma sempre mais distante da presença de Deus. O supersticioso sempre tem medo, é inquieto e infeliz, pois, quem afasta-se de Deus, aproxima-se de Satanás. Além disso, lhe recomendam mil coisas a fazer a fim de sentir-se protegido (cf. Sl 73.27; Is 8.19; 1 Tm 4.1).
Idolatria: Ali não se busca em Jesus a paz da alma e toda a proteção, mas em todas as práticas citadas anteriormente. O supersticioso, portanto, peca contra o 1º Mandamento (cf. Ex 20.2,3; Sl 37.5).
Cegueira espiritual: O supersticioso escuta, mas não ouve as coisas de Deus. Está surdo para a Palavra de Deus. A mensagem divina não lhe toca mais e Deus se retira com as suas bênçãos (cf. 2 Co 4.3,4).

COMO FUGIR DESTE PERIGO?
Primeiramente precisamos lembrar que, se a superstição é estratégia de Satanás para desviar o cristão da verdadeira fé, Jesus, o Filho de Deus, é aquele que veio para destruir as obras diabo (cf. 1 Jo 3.8). E Cristo deseja livrar todos os que estão envolvidos pela superstição.
Quando a pessoa reconhece que a prática da superstição é uma idolatria, um pecado sério, ele se volta a Deus e percebe que Cristo está pronto a ajudá-lo, perdoar-lhe e guiá-lo pelo caminho certo. Então confia somente em Jesus, pois sabe que somente Ele pode nos livrar e salvar de qualquer mal (cf. 1 Jo 1.9; Is 43.1b; Mt 11.28; Am 5.14).

QUESTÕES PARA DEBATE
1. O que leva alguém a ser supersticioso? Falta de conhecimento bíblico, insatisfação de estar ou ser de uma religião, problemas de doenças, desespero, propagandas de curas, etc...
2. O que dizer para um colega ou alguém que está tentando nos levar à superstição?Supersti

Espiritismo Kardecista

Espiritismo kardecista

 Na história ocidental, o século XIX apresenta-se como o momento em que se acentuam várias das tendências culturais dos tempos modernos, já iniciadas nos séculos XV e XVI. Por mais de um milênio, a religião cristã se mantivera como visão dominante do mundo, a separar, segundo critérios tidos como revelação de Deus, o verdadeiro do falso, o certo do errado. Ao findar a Idade Média, essa visão  sacral foi pouco a pouco cedendo lugar a métodos mais secularizados de conceber a vida humana. Valores, normas e instituições passaram a ser vistos como produtos da atividade dos homens, suscetíveis de transformação e progresso.
O repúdio cada vez mais nítido das concepções providencialistas medievais vem aguçar o velho conflito entre razão e fé. Necessidades de controlar a natureza, para fins práticos, tornam ampla e vital a evolução das ciências, que acabam por penetrar todas as esferas da existência humana à medida que se desenvolve a civilização industrial e urbana. A ciência assume definitivamente as funções culturais de sistema dominante de concepção do mundo.
Nesta atmosfera de secularização, a história de cada ser humano aparece não mais como a realização do eterno desígnio da Providência de que falam os Evangelhos, nem como um mistério de Destino a que se referiam os filósofos da Antiguidade. Ao contrário, reduz-se à mera sucessão de causas e efeitos empíricos, passiveis de compreensão e controle científicos. A vida humana perde considerável parte do seu mistério. Acontecimento do ciclo vital – concepção, nascimento, doença, amor e morte – são agora interpretados como processos biológicos, psíquicos e sociais, dependentes de fatores exclusivamente materiais que podem ser controlados por técnicas e métodos cada vez mais seguros de sua eficiência.
Em meio a esta relativização de valores, aparece um movimento que se define ao mesmo tempo como ciência, filosofia e religião. Numa contestação do clima cultural dominante, proclama que não existe um mundo apenas material, mas que a vida humana se relaciona também a algo que está acima dela mesma: o mundo dos espíritos, tão real e passível de experimentação quanto o mundo material. Nessa perspectiva, cada existência individual adquire sentido por ser mais do que ela própria; cada acontecimento significa mais do que seu mero acontecer material; cada ato humano se insere num contexto ao mesmo tempo racional e místico, cientifico e religioso, natural e sobrenatural. Essa coexistência aparentemente impossível de razão e fé, rigor cientifico, consolação religiosa e imperativos morais, constitui a característica básica do Espiritismo.
Quando, em 1847, os insólitos e curiosos episódios ocorridos em sua granja em Hydesville (Nova York) – batidas na parede e objetos que se moviam inexplicavelmente – chamaram a atenção da família Fox, longe  se estava de supor que eles contivessem o embrião de um movimento e de uma doutrina simultaneamente científica  e religiosa de explicação do mundo.
A comunicação com os mortos – necromancia – constitui prática muito antiga na história das civilizações. Egípcios, caldeus, persas, chineses e gregos, bem como povos americanos e africanos de cultura tribal, costumavam praticá-la sob formas mágicas e religiosas.  Varias passagens do Antigo Testamento atestam a freqüência de tal prática entre os povos vizinhos dos hebreus.
O século XIX, apesar do materialismo que o caracteriza, ressuscitou a antiga prática, elaborado, a partir de experimentações consideradas cientificas, métodos capazes de facilitar a comunicação racional com o mundo dos espíritos desencarnados. Das leves pancadas e ruídos produzidos em sua casa, as filhas do casal Fox – Margaret e Katie – criaram um código de sinais para poderem dialogar com aquilo que acreditaram ser um fantasma ou espírito. Para se receber a mensagem, eram necessárias disposições especiais, isto é, mediúnicas, como as que possuíam as adolescentes Fox. Entretanto, o código era muito rudimentar e incomodo: as mesas respondiam sim ou não às perguntas por meio de movimentos e ruídos.
Conta um escritor espírita que, já em fins de 1850, os próprios espíritos indicaram nova maneira de comunicação: as pessoas sentavam-se ao redor de uma mesa, colocavam as mãos sobre ela e recitavam o alfabeto. Cada vez que fosse proferida a letra que servisse ao espírito para formar as palavras, a mesa dava uma batida com uma das pernas. E assim, sempre "por iniciativa ou sugestão dos espíritos", foram se aperfeiçoando os métodos de comunicação mediúnica. Afirma Allan Kardec que um espírito aconselhou a adaptar-se um lápis a uma cesta que, posta sobre uma fola de papel, escrevia automaticamente, transmitindo até mensagens de muitas paginas.
O fenômeno multiplicou-se e teve difusão rápida. As mesas dançavam, as cestas escreviam e os espíritos se manifestavam por toda parte, despertando curiosidade e entusiasmo entre pessoas das mais diversas posições sociais. Dos Estados Unidos a onda passou para o Canadá e México e, nos anos seguintes, conquistava a Inglaterra, a Alemanha e a Franca. Ampliando os tipos de manifestação, não apenas mesas, mas também chapéus, bacias, pratos, livros, tudo se movia.
Além das mesas dançantes e objetos escreventes, começaram a se verificar outros fenômenos nas sessões: ruídos de artilharia, de tambor, de marteladas, fosforescências e agitações, mãos sem braços a golpear os assistentes.
Entre os entusiastas dos novos experimentos não se encontravam apenas pessoas curiosas ou desejosas de um passatempo excitante; muitos outros, inconformados com a perda de entes queridos, procuravam consolo na possibilidade de se comunicarem com eles. Havia também homens de ciência.

Da curiosidade à codificação

 Ao se difundirem as praticas espíritas e se multiplicarem os casos de mediunidade, a curiosidade foi cedendo lugar a tentativas de investigação por parte de pessoas instruídas, sobretudo clérigos, médicos, professores de química e física, que consideravam os fenômenos dignos de observação sistemática e explicação cientifica.
Cinco anos após os acontecimentos de Hydesville (1852), realizava-se o primeiro Congresso Espírita em Cleveland. Enquanto isso, a rotação das mesas, defendida ou atacada por grande número de livros e periódicos, recebia as mais diversas explicações: eletricidade, magnetismo, ação muscular, fraude, intervenção direta das almas dos mortos, coisas do demônio, alucinação.
Pouco a pouco foram se fundando sociedades "para pesquisa psíquica", com a finalidade de estudar os vários casos e verificar o que de verdade ou de fraude havia naqueles experimentos. Em 1871, um comitê de 33 membros da LOndon Dialectical Society, depois de cuidadosa investigação, concluía que tais "movimentos dos corpos sólidos sem contato material eram possíveis graças a certas forças até então desconhecidas, forças essas freqüentemente dirigidas pela inteligência".  Noutras palavras, havia no movimento das mesas a intervenção  de uma causa inteligente.
De modo geral, todas essas sociedades avaliavam os novos experimentos a partir da afirmação de que o conhecimento até então realizado sobre a natureza e suas leis era ainda insuficiente; não era de estranhar que alguns fenômenos não pudessem ser explicados pelas teorias da época. Não confirmada em muitos casos a hipótese de fraude e impostura, os espíritas, isto é. Aqueles que explicavam os fenômenos pela ação dos espíritos desencarnados, tinham a seu favor a evidencia dos fatos, a fragilidade das explicações alternativas, que relutavam em aceitar  a intervenção  direta dos espíritos dos mortos, e a imaginação popular, que via naqueles fenômenos fatos sobrenaturais. Ao Espiritismo faltava apenas uma sistematização teórica que seria feita por Léon Hippolyte Denizard Rivail, conhecido como Allan Kardec.
Entre o ceticismo de uns, a desaprovação de outros e a adesão  de um numero cada vez maior, a crença na comunicação com os espíritos se expandia sem base teórica. Em 1854, porém, um homem de 50 anos, já há algum tempo dedicado ao estudo do magnetismo animal, do hipnotismo e do sonambulismo, veio a tomar conhecimento das mesas falantes e dos fenômenos mediúnicos. De formação positivista, passou a freqüentar as sessões espíritas com o intuito de apurar a legitimidade das aparições com todo o rigor e a objetividade dos métodos cientifico-positivos. Impressionado sobretudo com os casos de escrita mediúnica, reuniu e examinou grande numero de mensagens psicografadas, isto é, tidas como escritas pelos próprios espíritos através dos médiuns. Verificou a concordância de inúmeras mensagens por meio de rigorosa analise comparativa e concluiu pala verdade da explicação espírita. Após convencer-se da inexistência de fraude, dedicou-se ao estudo e à codificação das mensagens do além, que continham as bases filosóficas, cientificas e religiosas da nova doutrina que ele batizara definitivamente com o nome de Espiritismo, para distingui-la do espiritualismo. Como primeiro resultado de seus estudos, publicou, em 1857, O Livro dos Espíritos, onde o Espiritismo é definido como a doutrina que tem por princípio  a possibilidade e conveniência de comunicações  entre o mundo material e o mundo das entidades espirituais desencarnadas.
Léon Hippolyte Denizard Rivail passou a se chamar então Allan Kardec, nome provindo de sua encarnação anterior, quando teria sido um druida. Declarando-se apenas o sistematizador e não o inventor do Espiritismo ("vi, observei, coordenei e procuro fazer compreensível aos outros o que eu mesmo entendi"), Allan Kardec desenvolveu intensa atividade apostólica. Em 1858, fundou a Revue Spirite para divulgação dos fatos e da doutrina espírita. Conforme o programa traçado por ele, a revista publicaria "manifestações materiais ou intelectuais obtidas em sessões a que os colaboradores tiveram ocasião  de assistir pessoalmente; ocorrências de lucidez sonambúlica e de êxtase, bem como de previsões e pressentimentos; fatos relativos a poderes ocultos atribuídos cera ou erradamente a determinados indivíduos; lendas e crendices populares; ocorrências de visões e aparições; fenômenos psicológicos  especiais que acontecem no momento da morte; problemas morais e psicológicos que pedem solução; fatos morais, atos notáveis  de devotamento e de abnegação , cuja divulgação possa ser útil como exemplo".
No mesmo ano, fundou-se a Societé Parisienne dês Ètudes Spirites para reunião e formação dos adeptos, experimentação e estudo das mensagens do além, pesquisa bibliográfica e histórica dos fatos espíritas. Por volta de 1864 floresciam sociedades espíritas em toda a Franca, na Itália, na Bélgica.
Além de inúmeras viagens de propaganda da nova doutrina, Allan Kardec escreveu ainda O livro dos Médiuns, O Evangelho Segundo o Espiritismo, O Céu e o Inferno e A Gênesis, os Milagres e as Predições segundo o Espiritismo. Morreu em 1869, deixando um Testamento filosófico, onde se encontram normas pormenorizadas para a organização das sociedades espíritas.
O movimento espírita continuou a expandir-se, atingindo o ápice no final do século XIX e primeiros anos do século XX. Entretanto, começou a perder terreno na Europa e nos Estados unidos após a Primeira Guerra Mundial, sendo hoje, entretanto, bastante reduzido e disperso o numero de adeptos nessas regiões.

A doutrina Kardecista

 O principio básico da doutrina filosófica e religiosa do Espiritismo encontra-se na afirmação da existência de um mundo transcendental, próprio das entidades espirituais desencarnadas, ou seja, das almas depois da morte. Do ponto de vista espírita, portanto, o mundo é uma unidade com duas faces: uma visível ou encarnada e a outra invisível ou desencarnada. Os experimentos mediúnicos teriam confirmado que  a passagem de uma face à outra se produz sem dificuldade, donde se conclui que os espíritos estejam em constante comunicação com o mundo material, assegurando a unidade fundamental do universo criado por Deus.
O mundo visível constitui apenas sua face encarnada. Poderia deixar de existir ou nunca ter existido sem alterar a essência do mundo espírita, que, segundo o Kardecismo, "é o mundo normal, primitivo, eterno, preexistente e sobrevivente a tudo".  Portanto, entre os encarnados e os desencarnados, com exceção da vestimenta exterior e efêmera  do corpo, há verdadeira identidade. Trata-se de espíritos sob dois aspectos diferentes, pertencentes ora ao mundo visível ora ao invisível, concorrendo num e noutro para o mesmo fim: o progresso indefinido rumo à perfeição.
O Kardecismo rejeita simultaneamente a concepção materialista da alma como simples principio da vida orgânica material, sem existência própria, e a concepção panteísta de uma alma universal. Ele reserva para a alma "a sua significação mais vulgar", entendendo-a como "um ser imaterial e individual que existe em nós e que  sobrevive ao corpo". Alma é um espírito encarnado.
O homem é composto de corpo e alma, sendo aquele apenas o invólucro temporário desta última , que se desliga do corpo na hora da morte e volta ao mundo dos espíritos, de onde havia saído, para então reiniciar uma nova existência material. "Que vem a ser o homem, senão um espírito enclausurado num corpo?" escreve kardec em O Livro dos Médiuns. Entretanto, para evitar a dicotomia corpo-alma, apela para a existência no homem de um terceiro elemento de natureza semimaterial, o perispírito. Laço que une o espírito à sua vestimenta corporal, o perispírito não passa de um corpo etério, "cuja substancia é recolhida no fluido universal ou cósmico que o forma e o alimenta". Inseparável do espírito, não apenas possibilita a união  da alma ao corpo como permite que o espírito desencarnado se manifeste por efeitos sensíveis: ruídos, aparições, deslocamentos de objetos. O espírito  tem necessidade da matéria  para agir sobre a matéria; por isso, mesmo destruído pela morte o envoltório corporal, conserva seu perispírito, através do qual poderá atuar sobre o mundo material e dar-se a conhece aos encarnados. Fácil deduzir daí a importância desse terceiro elemento para a explicação de qualquer fenômeno mediúnico.
O Kadecismo, portanto, entende o espírito desencarnado como algo tão concreto e definido que pode até ser percebido pelos sentidos. A prova disso são as constantes relações dos espíritos com os homens, relações  que Allan Kardec classifica como ocultas – compreendendo a "influencia boa ou má que eles exercem sobre nós sem o sabermos"; e ostensivas – as diversas espécies de comunicações escritas, faladas ou materiais, quase sempre através de um médium.
Se as influencias exercidas pelos espíritos podem ser boas ou más, quer dizer que eles não são iguais. Allan Kardec descreve o mundo dos espíritos como sendo uma hierarquia, que se estabelece conforme o grau de pureza e imaterialidade do perispírito. Aqueles em cujo perispírito predomina a matéria encontram-se no degrau inferior da escala: ignorantes, egoístas, propensos às paixões e ao mal. Podem ainda ser nem muito bons nem muito maus, mas apenas intrigantes, perturbadores, inconseqüentes, estouvados, levianos. Vem depois a classe dos espíritos que manifestam predomínio do espírito sobre a matéria: procuram o bem e desejam a sabedoria, protegendo os encarnados à maneira de gênios bons. Finalmente, o mais alto grau da hierarquia é ocupado pelos espíritos puros ou anjos, inteiramente libertos da materialidade. Caracteriza-os a proximidade de Deus, donde a sua superioridade moral e intelectual, já não estando sujeitos a posteriores reencarnações expiatórias. Representam a meta a ser alcançada por cada espírito.
A doutrina kardecista repousa num pano de fundo filosófico muito mais próximo das religiões da Índia do que da teologia cristã ou do pensamento aristotélico: a idéia de uma evolução cósmica. Nessa perspectiva, a despeito de sua hierarquização, os espíritos não pertencem eternamente à mesma ordem. Ao contrario, eles se encontram num processo evolutivo que não se restringe ao breve curso de uma existência na matéria, marcando os sucessivos estágios de um aperfeiçoamento .
"Todos melhoram", escreve Allan Kardec, "passando pelos diferentes graus da hierarquia espírita. Esse aperfeiçoamento se verifica pela encarnação, que a uns é imposta como expiação, a outros como missão." Eis o sentido da vida espírita: aperfeiçoar-se sempre mais e, pelo próprio aperfeiçoamento, contribuir para o progresso geral da criação. Percebe-se a estrita conexão entre a visão evolutiva do mundo e a teoria do karma – lei da causa e do afeito – segundo a qual as dividas de cada um devem ser saldadas pessoalmente. O progresso moral dos indivíduos depende exclusivamente do mérito pessoal alcançado nesta ou nas encarnações anteriores. Desse progresso individual depende a evolução geral do universo, e o ritmo da evolução é marcado pelos esforços de cada um para atingir a perfeição.
Certamente cada espírito traz consigo um passado de méritos a crescer e deméritos a expiar em repetidas provas – as encarnações – até atingir o mais alto grau da hierarquia. A encarnação ocorre nos diferentes globos do universo, pois a Terra não é o único mundo habitado, mas um planeta material e distante da perfeição. O que possibilita determinar as diferenças entre os mundos que o espírito tem de percorrer é sua menor ou maior materialidade, segundo  a pureza ou o grau de desenvolvimento moral a que conseguiu chegar.
Para o kardecismo, a reencarnação é imprescindível, pois não há faltas irremissíveis; a alma necessita da prova da vida corpórea para se depurar. Sem a reencarnação, o espírito  permaneceria estacionário  e não atingiria jamais a perfeição que deve ser alcançada por todos, conforme o justo e misericordioso desígnio  de Deus. Nega-se o inferno e a condenação eterna, pois mesmo seres espirituais designados pelos cristãos como demônios são espíritos criados por Deus em estado de perfectibilidade total. O fato de se acharem no degrau inferior da escala não significa absolutamente que estejam condenados para sempre, mas que devem procurar seguir também a lei do progresso moral.
"Se observarmos a série dos seres", escreve Kardec, "percebemos que eles formam uma cadeia contínua desde a matéria bruta até o homem mais inteligente. Mas, entre o homem e Deus, que é o alga e o ômega de todas as coisas, que imensa lacuna! Será razoável pensar que parem no homem os anéis desta cadeia? (...) Qual a filosofia que preenche esta lacuna? O Espiritismo nô-la apresenta preenchida pelos seres de todas as categorias do mundo invisível e esses seres não são mais que os espíritos dos homens nos diferentes graus que conduzem à perfeição. E assim, tudo se liga, tudo se encadeia, do alfa ao ômega,  obedecendo à grande lei universal da evolução: nascer, morrer, renascer ainda e progredir sem cessar, esta é a lei!"

As grande Religiões, vol 5, Abril cultural,1973.