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quinta-feira, 13 de novembro de 2008

1 Tm 6.6-16 - Reivindicando a vitória (Estudo Homilético)

Notas Introdutórias
Na vida corrida, ocupada, de um pastor, sempre existe a tentação de oferecer aos ouvintes uma interpretação muito pobre do texto bíblico, uma vez que a preparação de um bom sermão requer muito tempo (no seminário aprendi que para cada minuto de pregação são necessários vinte de preparo/estudo). Esta tentação pode se tornar uma realidade nesta perícope. A pergunta explorada aqui é esta: Quais são as riquezas pelas quais devemos lutar. A primeira metade do texto nos dá a sempre-presente e errada conclusão de que a riqueza material são o principal prêmio aos que crêem (vv. 6-10). Há lucro (literalmente bom negócio), mas o Cristo crucificado e ressurreto, como também a vida que nele temos (v. 11), é, realmente, o bom negócio. Hoje, tal como nos tempos apostólicos, dizem alguns que a ressurreição é coisa antiga, ou seja, que mais vale um pássaro na mão que dois voando, é o principal objeto da esperança cristã (ex. a teologia da prosperidade), mas nós lutamos pelo que é mais importante sobre tudo. É nisto que deve estar a nossa ênfase (vv. 11-16)
Esboço do Sermão
1) A batalha perdedora.
a) O pecador é incapaz de empreender a batalha por si mesmo.
i) Nosso maior inimigo é nossa própria carne; ela é o sol no qual todo tipo de semente ruim germina (v. 10)
ii) Em nossa culpabilidade nós somos como prisioneiros de guerra; somos impotentes diante do Acusador e de nossa própria opinio legis (a idéia de recompensas e castigos)
iii) Nós não conseguimos ver o prêmio a ser ganho; só almejamos o que os olhos podem ver (Ec 5.11), mas que não satisfaz (Is 55.2)
2) Cristo, o Vencedor
a) Cristo, sozinho, enfrentou todos os nossos inimigos.
i) Ele é o corajoso guerreiro contra Edon (Is 63).
ii) Ele é a testemunha fiel que faz a boa confissão em nosso favor (Hb 2.10-18; Ap 1.5).
b) Pela sua morte e ressurreição, Cristo obteve a eterna vitória sobre o pecado e a morte.
3) A boa batalha
a) A vitória já está garantida.
i) Nós sabemos o que Cristo fez pelo seu lutar por nós.
ii) Nós temos a certeza de uma vida que já nos foi dada.
iii) Nós lutamos pela fé que compreende o trabalho gracioso de Cristo em nosso favor.
b) Cristo continua lutando por nós.
i) Ele nos dá a armadura da salvação (Ef 6.10-17)
ii) Ele nos dá a  arma que precisamos, a Palavra de Deus.
iii) Os recursos de nosso poderoso Senhor são ilimitados (1 Tm 6.15-16)
O apóstolo Paulo seguiu o seu próprio conselho e ganhou a coroa da vida eterna (2 Tm 4.7). Nós vemos o aspecto de já, mas ainda não da vitória de Cristo ao comparar as duas cartas de Paulo a Timóteo. Paulo amou a epifania (manifestação) de Cristo (sua segunda vinda – 1 Tm 6.14).

BOLLHAGEN, James, in Lectionary Preaching Resources – Series C, St. Louis, CPH, 1986, p. 242-243.
Rev. Éder Carlos Wehrholdt, Campo Largo, outubro de 2004, traduziu e adaptou

Jo 11.25-26 - Morto, mas vivo (mensagem para sepultamento)

Eu sou a ressurreição e a vida. Quem crê em mim, ainda que morra, viverá; e quem vive e crê em mim nunca morrerá. Você acredita nisso? (Jo 11.25-26)
Meus queridos irmãos e irmãs no Salvador Jesus Cristo, muito especialmente queridos familiares e amigos de nosso falecido irmão Zico. Eu tenho duas notícias para lhes transmitir. Uma ruim e outra boa.
A notícia ruim é que o Zico morreu. Morreu de uma maneira violenta, num acidente de caminhão. Morreu fazendo o que mais gostava: dirigir seu caminhão pelas estradas do Brasil. E isso aconteceu lá em Rondônia, longe de seus familiares e logo quando estava iniciando sua viagem de regresso ao lar.
Zico morreu e sua falta vai ser sentida por todos nós que tivemos o privilégio de conviver com ele durante poucos ou muitos dias. Ele era um rapaz alegre, brincalhão, sempre com um sorriso no rosto. E agora, com sua morte, ele não vai mais dar apelidos, fazer suas brincadeiras, sorrir com jovialidade.
Zico morreu e seu lugar não vai ser preenchido. Sempre vai existir um vazio entre nós, pois ele não estará mais aqui. Aliás, todos nós precisamos nos dar conta de que estes são os últimos momentos que passamos ao seu lado aqui nesta vida. Dentro de poucos minutos vamos entregar seu corpo à sepultura e teremos que seguir nossas vidas sem o Zico.
Esta é a notícia ruim que eu precisava lhes transmitir. Mas eu lhes disse que tinha também uma notícia boa.
A boa notícia é que o Zico está vivo! Não, eu não estou louco e nem estou querendo fazer uma brincadeira com algo sério. Mas é preciso que todos nós saibamos que o Zico está vivo. Eu sou uma testemunha disso. A Maria, a Ednéia e tantos outros aqui também são testemunhas disso.
Ele está vivo porque conheceu o Senhor Jesus e confiou nele como seu único e suficiente Salvador. Ele está vivo porque foi batizado e, ao ser batizado, foi lavado de todos os seus pecados, foi revestido da justiça de Cristo e feito um filho de Deus e herdeiro da vida eterna.
Eu me recordo que há alguns anos o Zico foi convidado para ser padrinho do pequeno Gustavo. Antes do culto aconteceu uma reunião entre pais e padrinhos para falarmos do batismo que aconteceria em instantes. Neste encontro eu soube que o Zico não era batizado. Depois da reunião lhe falei da importância do batismo para a sua salvação eterna. E lembro que naquele dia ele me disse que quando estava na estrada sempre estava lado-a-lado com a morte.
O tempo passou e um dia o Zico voltou para dizer que queria saber mais sobre Cristo e ser batizado. Então tivemos uma série de encontros quando tive a oportunidade de apresentar o Salvador Jesus a ele e à sua noiva. Finalmente, há pouco mais de dois meses, o Zico confessou publicamente sua fé em Cristo e foi batizado.
Desde então tenho testemunhos de que ele viveu nesta fé cristã, tanto que nos momentos em que esperávamos a vinda do seu corpo, várias vezes ouvi de sua irmã de que uma de suas preocupações era chegar de viagem em tempo de participar do culto e receber o sacramento do corpo e sangue de Cristo.
Por isso, mais uma vez preciso ressaltar a maravilhosa notícia: o Zico está vivo, afinal, ele confiou naquele que disse: Eu sou a ressurreição e a vida. Quem crê em mim, ainda que morra, viverá; e quem vive e crê em mim nunca morrerá.
E mais, a vida que ele agora tem é muito melhor que a que nós temos. Todos nós, hoje ou amanhã enfrentaremos dificuldades, problemas, doenças e também a morte. Não temos como escapar disso. Mas a vida que o Zico tem agora não tem nada disso. Afinal, o Salvador Jesus nos diz que Deus enxugará dos olhos deles todas as lágrimas. Não haverá mais morte, nem tristeza, nem choro, nem dor (Ap 21.4). A vida que o Zico tem agora é a vida da felicidade absoluta.
*******
Enquanto esperávamos a vinda do corpo do Zico, eu ouvi duas frases sendo repetidas. Uma era: Oh Deus! Por que você fez isso? E a outra era: Deus sempre sabe o que faz!
Esse momento de angústia e tristeza para todos nós, parece não se encaixar nos planos de um Deus de amor. Mas a segunda frase é absolutamente verdadeira: Deus sempre sabe o que faz! E, exatamente por isso, podemos dizer que Deus tinha um propósito na vida do Zico: chama-lo à vida eterna. E Deus também tem um propósito com a morte do Zico: mostrar para cada um de nós que também a nossa morte está cada vez mais próxima. A cada segundo, a cada minuto, hora, dia, semana nós estamos mais pertos da nossa morte.
E aí, quando Deus nos chamar, como será?
Hoje Deus está usando um momento de grande dor para nos mostrar que podemos ficar alegres com a certeza de que o Zico está na vida eterna. Hoje Deus também está usando este momento de grande dor para nos dizer que também nós precisamos nos preparar para nosso encontro com Ele. Deus, hoje, está nos dizendo que o mesmo Cristo em quem o Zico confiava é o único e suficiente salvador para cada um de nós. Hoje Deus está nos dizendo que se nós confiarmos em Cristo, ainda que venhamos a morrer – seja qual tipo de morte for – nós vamos viver eternamente. Hoje Deus está convidando cada um de nós a descansarmos nele. Ele nos diz: Venham a mim todos vocês que estão cansados de carregar os seus pesados fardos, e eu vou lhes dar descanso. Hoje o Salvador Jesus está nos dizendo: Eu sou a ressurreição e a vida. Quem crê em mim, ainda que morra, viverá; e quem vive e crê em mim nunca morrerá. Você acredita nisso?
O Zico acreditou e, por isso, mesmo morto, está vivo eternamente. Que Deus permita que cada um de nós possa ter uma morte tão bem-aventurada quanto a do Zico. Uma morte na fé em Cristo. Amém.
Rev. Éder Carlos Wehrholdt
Campo Largo - PR - 11/2004

Lc 10.25-37 - De quem eu sou o próximo? (mensagem)

Um mulher viajava com seu carro entre Campo Largo e Curitiba, quando passou sobre um pedaço de madeira. Nesta madeira havia um prego que acabou furando pneu do carro dela e ela precisou parar. Ela desceu, olhou o pneu, tentou trocá-lo, mas não conseguiu, pois os parafusos estavam muito apertados. Então voltou ao banco, sentou-se e orou pedindo que Deus lhe enviasse ajuda. Por casualidade, logo veio um carro, do último tipo, com um grande adesivo no alto do pára-brisa, onde se lia: Sorria, Jesus te ama! Quando os ocupantes do carro viram que havia um carro parado ao lado da pista e uma mulher ao seu lado, foram para a outra pista e passaram rapidamente sem sorrir.
Logo depois veio outro carro com uma bela aparelhagem de som tocando música cristãs. Mas o motorista também não parou para ajudar e nem se prontificou a chamar algum carro socorro. E mais, atrás do carro estava um adesivo com os dizeres: Buzine se você ama Jesus!
Em seguida veio um homem com um velho carro que se dirigia ao seu trabalho. Ele viu a mulher parada ao lado da estrada, observou que o pneu estava furado e teve pena dela. Ele parou seu velho carro – onde não tinha nenhum adesivo cristão – atravessou a estrada e se ofereceu para trocar o pneu e logo o pneu sobressalente estava no lugar do estragado, permitindo que aquela mulher pudesse seguir adiante.
Quando a mulher tentou lhe pagar pelo serviço, o homem sorriu e recusou o dinheiro dizendo: se a minha mulher tivesse algum problema na estrada, eu gostaria que algum bom samaritano parasse e lhe ajudasse. Então voltou para seu velho carro sem adesivos cristãos, sorriu para a mulher e seguiu sua viagem. Qual destes três motoristas foi um próximo para a mulher cujo carro teve um pneu furado?
É claro que cada um de nós reconheceu nesta história a parábola que Jesus contou sobre o Bom Samaritano. A razão por que Jesus contou esta história é muito importante.
Um homem, grande conhecedor de todo o Antigo Testamento, fez a Jesus uma pergunta, não por que não soubesse a resposta – ou pelo menos ele achava que sabia a resposta – mas porque ele queria levar Jesus a dizer algo que mostrasse que era um falso profeta. O que eu preciso fazer para herdar a vida eterna? Foi a primeira pergunta que este professor fez a Jesus. E a resposta, muito simples, Jesus faz com que aquele professor busque diretamente no Antigo Testamento: Ame o Senhor seu Deus com todo seu coração, com toda sua alma e com toda a sua mente e ainda: Ame o seu próximo com a você mesmo. Jesus elogia as respostas e diz: faça isso e você viverá.
Mas o homem não deixa Jesus escapar com simples respostas como ame a Deus e ame o seu próximo. Por isso pergunta: E quem é o meu próximo? Será aquela criança abandonada que vive pelas ruas? Ou o pedinte que bate em minha porta? Ou aquela mãe faminta com uma criança ao colo pedindo um dinheiro para comida? Ou quem sabe uma das vítimas da guerra no Iraque?
E o professor continua em sua pergunta: Eu estou confuso pelo grande alcance de possibilidades que esta ordem de amar ao meu próximo coloca diante de mim, Senhor Jesus de Nazaré. Nós não deveríamos ter uma escala de prioridades? Será que não existem diretrizes mais detalhadas sobre o amor ao próximo? Ou quem sabe não deveríamos ter alguns tipos de "próximos" que merecem ser ajudados para que sejam diferenciados daqueles que só querem se aproveitar de nossa bondade?
E concluiu: Eu acho que tudo isso precisa ficar claro antes que eu possa amar meu próximo de um modo concreto. Por favor, Jesus, me conte quem é o meu próximo?
Eu tenho certeza que aquele homem realmente não queria saber qual era a resposta. Ele queria apenas uma definição precisa da palavra próximo, mas não porque realmente estivesse interessado em saber quem era o próximo. Talvez ele esperasse que Jesus traçasse um limite entre os que eram próximo e aqueles que deveriam ser ignorados. Assim, ele poderia se sentir justificado por ignorar alguns tipos de pessoas, como leprosos, coletores de impostos ou aqueles que ele julgasse pecadores imorais.
Mas, sejam quais forem os motivos do professor da lei, Jesus aproveita a oportunidade para ensinar algo importante.
Jesus conta a parábola do Bom Samaritano com o objetivo de reverter de forma desconcertante a pergunta sobre quem é o próximo. E a decisão deverá ser feita entre três personagens. Quem entre eles – um sacerdote, um professor da Lei e um samaritano – tinha se comportado como um próximo?
Quem era o próximo daquele homem que havia caído em mãos de assaltantes?
Seria o sacerdote, um homem dedicado ao serviço de Deus no templo e que, provavelmente, há pouco havia deixado o seu trabalho no templo?
Seria o Levita, um professor da lei, alguém que, com toda certeza, sabia o que era certo e o que era errado?
Seria o samaritano – um estranho, considerado como não membro da família de Deus, ignorado e esnobado por pessoas como o sacerdote e o professor da Lei? De fato, este estrangeiro tinha todos os motivos para ignorar aquela pessoa atacada por ladrões.
Quem agiu como próximo ao homem atacado pelos assaltantes? É a desconcertante pergunta de Jesus.
Imagine que você estava lá quando Jesus contou esta história. Eu tenho certeza de que aconteceram muitos sussurros de preocupação entre os ouvintes. Aliás, de muita preocupação e indignação. Não, não o samaritano. Ele não pode ser o herói da história. Ele não passa de um mestiço pagão e, com certeza, não iria ajudar um inimigo dele. Eu não posso imaginar que Jesus esteja dizendo que se você quer viver conforme a vontade de Deus, então deve agir como um samaritano.
Aquele professor da lei deve ter sofrido muito, achado muito difícil dizer em voz alta que a pessoa que foi um verdadeiro próximo ao homem agonizante foi aquela que tinha sido amável a ele, o samaritano.
Como cada um de nós sabe, este parábola inspira os cristãos a agirem em favor daqueles que enfrentam necessidades desesperada. E muitas vezes nós somos convidados a ajudar e ajudamos os que enfrentam forme em outras partes do Brasil ou até em outros países. Geralmente nós somos convidados a ajudar o próximo que está internado numa casa de recuperação ou num hospital especializado e, na grande maioria das vezes, isso requer um tanto do nosso dinheiro. E, quando ajudamos, de fato estamos fazendo uma coisa muito boa.
Mas também é preciso lembrar que o nosso próximo está muito mais próximo, até mesmo em nossa própria comunidade. Pode ser uma pessoa que vemos com muita freqüência, alguém que nós ignoramos com freqüência, alguém com quem não queremos ser vistos ou alguém a quem tentamos evitar porque sabemos que vai nos custar tempo e dinheiro. Talvez o próximo que está precisando de nós neste momento esteja sentado ao nosso lado, ou à nossa frente, ou atrás de nós, muito mais próximo do que imaginamos. Com muita freqüência nós olhamos pessoas sofrendo em lugares distantes e nos comovemos com elas porque imaginamos que elas precisam de um próximo que as ajude, e negligenciamos aqueles que estão exatamente debaixo de nossos narizes.
Uma mulher estava a caminho de seu trabalho numa destas últimas manhã geladas que tivemos. Ela estava com muito frio quando viu um menino com os cabelos despenteados e uma xícara de café quente nas mãos. Era óbvio que ele havia comprado aquele café com o dinheiro que tinha ganho de alguém, foi o que pensou a mulher.
Ei, senhora, você quer um pouco de café quentinho? – perguntou o menino aproximando-se dela. Ela pensou em encontrar alguma forma de escapar dele, e disse: Você é muito generoso. Por que você está me oferecendo seu café? Há algo que eu possa dar em troca dele? E imediatamente desejou não ter dito isso, pois tinha aberto as portas para um inevitável pedido de dinheiro.
E o menino respondeu: A senhora pode me dar um abraço. E logo enrolou seus braços de forma muito apertada ao redor dela. A mulher ficou envergonhada e se sentiu intranqüila. Outras  pessoas que caminhavam pela rua olhavam curiosas. Ela se sentiu embaraçada, mas logo o embaraço deu lugar à compaixão e ela também abraçou o menino.
Nós não precisamos ir muito longe para encontrar pessoas que estão esperando por um pouco de calor humano – em nossa família, entre nossos parentes e amigos, entre nossos colegas de trabalho e até mesmo entre estranhos existem pessoas que precisam de um pouco de compaixão, generosidade e calor humano.
A história sobre o bom samaritano é, talvez, uma das que mais são usadas peã mensagens, estudos bíblicos, ensinadas na Escola Bíblica Infantil e contada muitas e muitas vezes. Eu mesmo já fiz isso muitas vezes. Mas ela é uma história que sempre nos mostra algo diferente, algo que ainda não havíamos visto antes. Muitas vezes eu não vi a dor, a necessidade, a lesão, porque sabia que se visse estas coisas, isso iria me tirar algo – talvez energia, dinheiro ou tempo (e tempo é o bem mais precioso hoje em dia).
Esta parábola bate duro na definição do tipo de próximo que nós devemos ser: próximo que ignora limites e marcas de pessoas separadas: próximo que não mede esforços em mostrar compaixão e amor; próximo que está disposto a ser bondoso, dando livremente o seu amor, ainda que ache que a outra pessoa não merece isso; próximo que está disposto a alcançar familiares, amigos, colegas e estranhos, realmente qualquer um, com um simples abraço, um abraço de compreensão, de compaixão, de perdão, de conforto.
Ser este tipo de próximo não é algo para que o cristão seja de vez em quando, mas é cristianismo de tempo integral. Jesus nos diz: vá você e faça o mesmo. Ele não nos diz: conversem sobre isso, mas apenas: faça!
E isso é difícil, realmente difícil. Todos nós sabemos como é complicado ser o tipo de bom samaritano que Jesus descreve nesta parábola. Ao invés de nos identificarmos com dos três personagens, talvez seja melhor que nós sejamos a vítima, meio morta, sangrando, chorando desesperadamente por ajuda. E nós realmente somos assim. Mas Jesus não passa por nós sem nos dar atenção. Ele está cheio de compaixão, cura nossas feridas e nos garante que sempre estará cuidando de nós – tal como o samaritano que deixou o ferido num hotel até que estivesse recuperado.
A verdade é que, se nossa vida eterna dependesse da maneira como nós cumprimos os mandamentos de Jesus sobre amar a Deus e aos outros, então, sem a menor sombra de dúvida, nós estaríamos condenados. A ordem de Jesus para que vamos e façamos tal como o bom samaritano, nos lembra o quanto nós precisamos que Jesus seja o nosso bom samaritano.
Ele tomou sobre si as nossas dores, entregou-se nas mãos dos inimigos e morreu na cruz. Ele é um verdadeiro próximo de cada um de nós, que cuida das feridas de nossos pecados e fracassos, especialmente do nosso fracasso em amar ao nosso próximo. Ele pagou o preço necessário para que nós entremos na felicidade da vida eterna. Ele é o nosso próximo, um próximo que não merecemos e que, apesar disso, nos ama e nos perdoa, ainda que sejamos seus inimigos. Jesus é, verdadeiramente, o nosso Bom Samaritano.
Uma vez que nós recebemos este amor que não conhece limites, o Espírito Santo nos anima a vivermos como pequenos Cristos às pessoas que estão ao nosso redor. Nós somos incentivados a entrar em ação agora mesmo. A cada instante Jesus nos diz outra vez: Vá você e faça o mesmo.
Em todo lugar nós encontramos pessoas que estão com suas vidas viradas ao avesso. Elas anseiam por alguém que seja um próximo, alguém que as ame, que ajude a sarar suas feridas. Quem será o próximo delas? Será que as dificuldades que elas enfrentam serão invertidas por alguma pessoa atenciosa? Esta pessoa será eu ou será você, meu irmão, minha irmã em Cristo?
Existem pessoas ao nosso redor que estão semi-mortas, caídas nas sarjetas. Alguns estão fisicamente meio mortos. Outros emocionalmente e outros ainda espiritualmente semi-mortos. Eles estão impotentes, não conseguem fazer qualquer coisa para se salvar. Deus nos dá amor e nos convida a sermos verdadeiramente o próximo destas pessoas. Então, vamos e façamos nós o mesmo que o Bom Samaritano. Amém.
(Você sabe quem é o autor desta mensagem? Informe-nos, por favor)

Lc 10:1, 2, 17, 18 - Palavras e ações (mensagem)

Existem coisas que acontecem em nossas vidas que nos marcam para sempre. Depois destes fatos, nós nunca mais somos os mesmos que éramos antes. E alguns destes eventos tem um impacto negativo em nossas vidas. Algumas pessoas que foram vítimas de assalto ou de seqüestro, tornaram-se mal-humoradas, irritadiças, solitárias e difíceis de se tratar. E antes de serem vítimas da violência eram pessoas amigáveis, bem-humoradas. Mas o que sofreram fez com que mudassem radicalmente a sua maneira de viver.
Por outro lado, existem fatos que mudam nossas vidas de uma maneira positiva. Existe uma história sobre um homem, ateu e anti-cristão, que visitou as ilhas Fiji, um paraíso no meio do Oceano Pacífico. Ele conversou com o governante do povo local e lhe disse que hoje em dia ninguém mais acreditava na Bíblia. Foi adiante e disse que tudo o que falavam sobre Jesus era mentira e concluiu dizendo: Hoje as pessoas sabem mais do que antigamente. Por isso eu sinto pena de você que foi um tolo crendo no que os missionários lhe disseram.
O chefe do povo de Fiji, muito calmamente, respondeu: você vê aquela pedra que está logo ali? Nela nós esmagamos as cabeças de nossas vítimas. Você vê aquele forno ali? Nele nós assamos os corpos de nossas vítimas para nossos banquetes. Se não fosse o trabalho dos bons missionários, a Bíblia e o amor de Jesus Cristo que nos transformou de selvagens em filhos de Deus, agora você estaria assando no forno!
Eu tenho certeza de que depois de ouvir o relato do chefe fijiano sobre como Jesus mudou a vida de todos os aldeões, aquele ateu já não era mais a mesma pessoa.
Os doze apóstolos acompanharam Jesus enquanto ele passava ensinando de aldeia em aldeia. Eles estavam com Jesus quando ele acalmou a tempestade. Eles estavam com Ele quando curou um leproso. Eles estavam com ele e viram a alegria que se estampou no rosto de Jairo ao ter sua filha ressuscitada. E tendo visto e ouvido tudo isso, eles não podiam ser as mesmas pessoas de antes.
Na leitura do evangelho de hoje nós ouvimos o relato de Jesus enviando setenta e dois discípulos com a tarefa de testemunhar, ou seja, contar tudo o que tinham ouvido e visto de Jesus e do Reino de Deus. Há três pontos de destaque neste relato.
Primeiro, eles deveriam viajar levemente. Por isso foram instruídos para não levar nada, nenhum objeto pessoal, nem bolsa, nem pão, nem dinheiro, nem roupa extra. Jesus queria que eles estivessem conscientes da urgência da missão para a qual estavam sendo enviados. Por isso eles não deveriam ficar se preocupando com alimentos para viagem, nem se deveriam levar uma blusa ou uma bermuda. Eles deveriam concentrar-se em sua missão. A tarefa era clara e simples. Eles deveriam sair e satisfazer as necessidades espirituais das pessoas tal como Jesus fez, ou seja, anunciar a Palavra de Deus a todos que encontrassem pelos caminhos.
Viajar leve significava que os setenta e dois deveriam confiar em Deus para as suas necessidades diárias. Jesus estava lhes dizendo que deveriam ser como os lírios do campo ou os pássaros do céu que não confiam nos seus próprios recursos para sobreviver, mas unicamente na bondade de Deus. Eles deveriam confiar na bondade divina que encontrariam em todos os que fossem visitados.
Vocês conseguem perceber o que Jesus estava fazendo com estes que estava enviando? Ele está demonstrando o vínculo vital entre fé e ação. Jesus está lhes dando uma ordem mais ou menos assim: não fiquem vivendo e falando sobre Jesus apenas entre as pessoas que já crêem nele, mas saiam e mostrem ao mundo o que acontece em suas vidas quando você realmente crê. Se você se diz cristão, então viva uma vida que demonstra sua confiança no Filho de Deus.
A situação não mudou para nós que somos cristãos hoje. Você já parou para pensar quantas vezes por semana, quanto tempo por dia nosso testemunho cristão é enfraquecido, reduzido a nada porque não reconhecemos a ligação de nossa fé com nossas ações? Nossas ações podem facilmente negar a nossa fé em Jesus.
Eu estou certo de que se pararmos por um minuto para pensar em nossas vidas, cada um de nós reconhecerá que houve momentos que agiu de modo vergonhoso. Isso nos mostra que agimos de forma contrária ao que Cristo espera de nós como seus irmãos e irmãs. O pecado está em nosso caminho. É fácil confessarmos nossa fé num momento e  negarmos a mesma fé diante de um não cristão. Ao recomendar que os 72 não se preocupassem com roupas e comidas, mas confiassem em Deus, Jesus está dizendo que eles deveriam não apenas falar aos outros sobre a fé cristã, mas deixar que seus ouvintes vissem essa fé transparecer em suas vidas, mesmo em coisas simples como roupas e comida.
Outro destaque é a segunda instrução de Jesus: quando você entrar numa casa, fique lá até que saia da cidade. Em outras palavras, a orientação é para que os discípulos aceitem a acomodação que lhes for oferecida e que não fiquem comparando preços para ver quem paga melhor. Os discípulos não deveriam se preocupar com as acomodações. Eles deveriam aceitar o que lhes era oferecido e seguir com a tarefa de anunciar a todos as boas notícias sobre Jesus Cristo.
Eu imagino como o hospedeiro se sentiria ofendido se os discípulos mudassem de casa por estarem insatisfeitos – quem sabe porque as crianças era muito barulhentas, a cama muito dura, a comida sem graça ou a casa muito humilde. Eles realmente começariam de forma errada se começassem a escolher e escolher entre as casas da cidade.
Tudo isso leva a um ponto importante: o evangelho é repartido com aqueles com quem nos relacionamos. Os discípulos deveriam ficar durante algum tempo com uma família, com uma comunidade. Precisavam conhecer as pessoas e compartilhar com elas cuidados e necessidades.
Eles não deveriam ser evangelistas de vôos noturnos: hoje aqui, amanhã ali. Não deveriam fazer um evangelismo rápido, apenas com uma pequena mensagem na porta da casa. Jesus sabia que para mostrar o significado e a importância do evangelho para muitas pessoas era preciso ter muito tempo.
E assim os discípulos foram encorajados não só a falar sobre o amor de Jesus, mas para que também fossem o amor de Jesus na comunidade que visitavam. Outra vez Jesus está dizendo: conheçam as pessoas e pela sua amizade com elas, deixe que vejam como sua fé realmente faz diferença em sua vida. Testemunhe a elas o evangelho em ação, através de tudo o que você diz e faz. Lembre-se que as ações falam mais alto que as palavras.
Hoje a situação não é nada diferente. Será que nosso testemunho seria considerado sério se disséssemos a alguém: meu amigo, Deus ama você e quer você na família dele; mas eu não estou interessado em saber se um dos seus familiares morreu, ou se você está desempregado ou enfrentando dificuldades e nem se você é um visitante em nossa igreja e esteja se sentindo perdido. Se nosso testemunho de Cristo é apenas de palavras, na verdade não estamos testemunhando. Jesus nos lembra mais uma vez que junto com o evangelho do amor devem estar as ações do amor.
Quando Jesus mandou que os 72 saíssem pelo mundo e compartilhassem o evangelho, ele lhes deu uma mensagem específica que deveria ser anunciada – e eles deveriam dizer claramente: O reino de Deus está próximo. Deus providenciou uma resposta para as dificuldades que infestam suas vidas. Deus enviou Jesus para que todos possam ser salvos.
Muitas vezes nós, eu e vocês, ouvimos pessoas que buscam aconselhamento. Escutamos seus problemas e simpatizamos com suas dificuldades. Jesus nos encoraja a fazer isso. Mas pelo nosso ouvir e falar, a pessoa preocupada precisa receber de nós a notícia de que Jesus a ama. Ele providenciou a única cura para o sofrimento em nosso mundo. Ele morreu numa cruz para dar perdão a todos e, embora todos os seres humanos sejam naturalmente voltados para o mal, ainda assim Deus quer que todos sejam seus filhos amados.
Isto é algo que precisamos ouvir sempre de novo, especialmente quando admitimos que muitas vezes falamos alto e corajosamente sobre a fé em Jesus, mas em nossas vidas demonstramos que esta fé causa uma mudança quase imperceptível. Quando ouvimos o anúncio de que os teus pecados estão perdoados, isto deve revitalizar, fortalecer a  nossa vontade de repartir com os outros esta boa notícia em palavras e ações, levando para eles a mesma alegria que experimentamos ao ouvir falar do amor e do perdão de Jesus.
E não pensem que nosso esforço apenas irá fazer diferença na vida dos outros. Quando os 72 discípulos voltaram e apresentaram seus relatórios, ouviram Jesus dizer: eu vi Satanás cair do céu como um raio! Aqueles homens devem ter sussurrado: o que ele está falando? Nós não vimos nada disso. Mas Jesus viu algo que eles não puderam ver.
Quando Jesus nos envia, ele quer nos usar para algo grandioso. Mesmo quando nosso dia-a-dia é rotineiro, Jesus está trabalhando em assuntos maiores. Nós vemos a igreja, nossa comunidade, nossas reuniões, o povo comum, uma rotina sem nada de espetacular, pessoas com todos os tipos de dificuldades. Ainda assim, Jesus vê o céu e a terra sendo transformados pela nossa ação. E por isso ele nos chama e envia para sermos parte da revolução que ele lidera contra os poderes da morte e do diabo. Nós nem sempre podemos ver isso, porque como humanos que somos, vemos apenas as coisas comuns e rotineiras da igreja.
Através de nós – de nossos cultos, escola bíblica, estudos bíblicos, ofertas, orações, visitas a doentes e sofredores de todo tipo – o reino de Deus está sendo levado adiante. Deus usa pessoas comuns como eu e você para sermos um sinal, uma testemunha de que o Reino de Deus está entrando na vida de todas as pessoas – e ele faz isso através de nós.
Quando olhamos nossa pequena congregação, só vemos pessoas comuns, como eu e você. Mas Jesus olha para nós e nosso testemunho e diz: eu vi Satanás cair do céu como um raio.
Jesus usa nossa fé e o testemunho que fazemos em nosso viver; a alegria e a paz que temos porque nossos pecados são perdoados; a mudança que Jesus faz em nossas vidas; as palavras que falamos no momento oportuno; ele usa tudo isso e muito mais para trazer o reino de Deus às outras pessoas por nosso intermédio. Que Deus abençoe o nosso ir e testemunhar no nome do Senhor Jesus. Amém.
(Você sabe quem é o autor desta mensagem? Informe-nos, por favor.)

Lc 9.57-62 - Uma questão de prioridades (mensagem)

Com a proximidade das Olimpíadas de Atenas, os atletas estão treinando com mais afinco. Vi uma reportagem contando que um nadador recordista mundial está treinando pelo menos durante vinte horas por semana numa piscina e mais três horas por semana numa academia para condicionamento físico. E isso é o mínimo que ele treina. Para que ele possa ser o melhor do mundo, ele precisa ter um objetivo, fazer alguns sacrifícios, reordenar suas prioridades, ser determinado. Sem esta determinação e perseverança, ele logo cansaria de sua rotina e com isso perderia sua habilidade e ficaria fraco.
Isso nos mostra até que ponto as pessoas estão preparadas para correr atrás de glórias e lucros humanos numa competição de força e agilidade. É muito difícil ser o melhor do mundo – mas se você quer ganhar uma medalha olímpica, então é assim que você tem que ser.
O evangelho de hoje também é duro. Nele Jesus está dizendo que se você quer ser um discípulo, quer responder ao seu chamado e ser um cristão, então você precisa estar pronto a tomar algumas decisões difíceis e também a sacrificar-se em alguns momentos.
Alguém vai a Jesus e promete: Eu lhe seguirei por onde você for. Essa é uma promessa real. Não importa onde Jesus fosse ele estava disposto a segui-lo. A resposta que Jesus dá a esta pessoa não só deve ter destruído todo o seu entusiasmo, mas também causado espanto a todos os que tinham se impressionado com a vontade deste homem em ser um seguidor de Jesus. Jesus joga um balde de água fria no entusiasmo daquele que queria ser seu discípulo ao dizer que as raposas tem as suas covas, e os pássaros os seus ninhos. Mas o Filho do homem não tem onde descansar. E isso é verdade. Nós nunca lemos que Jesus está em casa, ou buscando sua casa durante todo o seu ministério. Em todo tempo ele está se movimentando para ajudar as pessoas em suas necessidades, indo de um lugar para outro e tendo apenas pequenos momentos de descanso.
O que Jesus diz a este homem é que seguir Jesus, ser um discípulo de Cristo, um cristão, é mais importante que ter segurança e conforto. É verdade que uma das necessidades básicas do ser humano é ter um lugar para viver – um lugar onde encontramos apoio daqueles a quem amamos, onde temos refúgio e auxílio, um lugar de segurança onde podemos descansar e relaxar. Jesus não está negando o fato de que todos precisam de um lar. Mas ele está mostrando que ser um cristão nem sempre é confortável e fácil. De fato, se nós achamos que é fácil ser cristão, então há algo errado com nosso compromisso e obediência a Cristo. Uma parte da dificuldade em seguir Jesus é isto: não há nada mais importante que seguir Jesus.
Quando Pedro, Tiago e João deixaram o conforto de suas casas e a segurança de seus trabalhos como pescadores para seguir Jesus, eles arriscaram tudo, eles confiaram na palavra de Jesus, eles creram que Jesus os queria como seus seguidores. Depois eles obedeceram a Jesus e foram pelo mundo anunciando as boas notícias do perdão e não ficaram muito tempo em seus lares, mas se sujeitaram a passar muitos dias em prisões úmidas e escuras. Quando Jesus lhes chamou, eles não tinham nenhuma idéia do que os esperava. O seu futuro, sua segurança e seus lares estava nas mãos de Cristo.
Como o atleta olímpico, o discípulo deve estar pronto a fazer sacrifícios pessoais. Isso pode significar deixar para trás o que nós chamamos conforto e segurança, tanto em nossas vidas quanto na igreja para mostrar o amor de Cristo e proclamar o reino de Deus. Para fazer o trabalho de Cristo, nós, provavelmente, seremos desafiados a fazer algo que nunca fizemos antes: ajudar pessoas a quem nunca pensamos em ajudar; contar sobre o amor de Deus a quem nós sempre tivemos medo de contar; falar com alguém que não sabemos quem é e nem sobre o que falar; arriscar nossa reputação ajudando alguém que todo mundo julga ser um perdedor, alguém que não merece dó nem piedade.
O chamado para seguir Jesus significa arriscar, sair corajosamente por causa do amor de Cristo por todos.
Um segundo homem responde ao chamado de Jesus com outra promessa: Senhor, primeiro deixe que eu volte e sepulte o meu pai. Este parece um pedido bastante razoável. Este homem tem uma sensação de responsabilidade humana. E não é só isso. Ele sabe o que a lei requer dele – ele deve assistir o envelhecimento de seu pai e cuidar para que ele tenha um enterro formal. Até mesmo o sumo-sacerdote podia interromper seus trabalhos para cuidar de seus deveres familiares.
E mais uma vez Jesus diz que segui-lo é a prioridade mais importante que temos. Os melhores atletas do mundo estão agora voltados para um único objetivo: ganhar uma medalha – preferencialmente de ouro. O que Jesus disse a este discípulo foi: deixe aqueles que não tem nenhum interesse em me seguir que enterrem o morto. Você vá e anuncie o Reino de Deus. Em outras palavras, Jesus diz que não importa o que a pessoa tenha na terra, nada é mais importante que sirva como desculpa para deixar de obedecer ao chamado de Jesus. Nada pode nos impedir de ouvir, responder e obedecer Jesus. Ele não aceita as desculpas que muitas vezes nós apresentamos: quando eu me aposentar... quando as crianças crescerem...quando eu tiver um pouco mais de tempo livre... depois que quitarmos a casa... 
Jesus está nos chamando agora. Pode ser que nem haja uma amanhã para nós. Ele está chamando cada um de nós a fazer agora mesmo o trabalho que ele nos deu como igreja e como membros da igreja. Cristianismo é uma questão de prioridade.
Não há lugar para lealdades contraditórias quando seguimos com Cristo! É isso que Jesus informou ao terceiro candidato ao discipulado que disse: eu seguirei o senhor, mas primeiro deixe que eu vá me despedir da minha família. Vejam que este terceiro candidato impõe uma condição: eu vou, mas primeiro...
É mais ou menos como se um atleta dissesse ao seu treinador: eu vou treinar, mas primeiro vou comer estes seis pães de nata e este delicioso bolo de chocolate que minha mãe preparou. Depois eu vou dar uma entrevista para a TV e depois vou a cabeleireiro. E logo em seguida vou treinar... Eu tenho certeza de que o treinador dela não ficaria nenhum pouco impressionado com este tipo de compromisso.
Jesus não está interessado num discipulado indiferente, indeciso ou condicional. Jesus só está interessado na aceitação incondicional de seu chamado. É importante observarmos que Jesus não está dizendo que nós devemos negligenciar nossas famílias, cônjuges, ou trabalho, ou ainda usar nossa devoção e atividades de igreja como desculpa para não estarmos em casa com nossas famílias. O que Jesus está dizendo é que quando você coloca o cristianismo como objetivo principal, então você será um melhor pai, mãe, avô, filho, patrão ou empregado.
Os atletas precisam dar prioridade ao seu treinamento e seguir as instruções do treinador com dedicação e perseverança se querem ganhar medalhas de ouro. Mas muito mais importante que as medalhas de ouro é o chamado para seguir Jesus. Quando nós somos chamados para segui-lo, então precisamos cuidar de nossas prioridades. 
Vejam que o verdadeiro conflito que enfrentamos quando Jesus nos chama não é um conflito entre o que amamos e o que devemos odiar. O conflito está entre o que nós amamos. Dar prioridade entre o que amamos e o que odiamos é fácil. Difícil é dar prioridade a Jesus em detrimento a pessoas e coisas que usamos.
Ao pensar em nosso cristianismo, vemos que precisamos reordenar nossas prioridades, colocando as primeiras coisas primeiro. Isso significa eleger o que é mais importante entre um grande número de coisas importantes. Mas não é isso que Jesus está dizendo. O chamado para seguirmos Jesus é a prioridade das prioridades. Nada é mais importante do que isso.
Quando o discipulado ou cristianismo é a primeira prioridade em nossas vidas, então todas as outras prioridades estarão em seu lugar correto. Quando nós realmente dedicamos nossa vida ao seguir Jesus, ao responder ao seu chamado, nós também maravilhosamente percebemos que todas as outras coisas encontram o seu real lugar entre nossas prioridades e podemos dar conta de cada uma delas.
Aqui é o ponto em que precisamos parar e analisar nossas vidas ao ouvir Jesus falar sobre a importância de atendermos ao seu chamado. Eu me sinto incomodado quando Jesus vai tão direto ao ponto e me fala sobre a necessidade de uma total e incondicional lealdade a ele?
Também aqui precisamos responder algumas perguntas sobre o chamado de Jesus: Como é o meu seguir Jesus? Ao ouvir o seu chamado, que tipo de resposta eu dei? Com que freqüência eu ofereci um monte de desculpas esfarrapadas ao invés de obedientemente seguir Jesus?
Nossa natureza luta contra o nosso seguir Jesus com todo coração, alma e mente. Muitas vezes nós invertemos nossas prioridades e colocamos Jesus em último lugar. Por isso, diariamente nós precisamos ir a Jesus em arrependimento e confessar o nosso fracasso ao apresentar desculpas esfarrapadas como sendo coisas mais importantes do que o nosso Salvador. Diariamente nós precisamos experimentar o perdão que Jesus nos dá para todos os nossos pecados. Diariamente nós precisamos de um relacionamento renovado pelo amor sem fim que Jesus tem por nós.
E como nós somos perdoados, podemos outra vez ouvir o chamado de Jesus e segui-lo com compromisso e dedicação, numa resposta ao que o próprio Jesus fez e diariamente faz por nós.
Se um atleta pode fazer sacrifícios pessoais, reordenar suas prioridades e dedicar-se com afinco aos treinamentos para ganhar uma medalha nas Olimpíadas, então nós, com toda certeza, também podemos fazer isso por um prêmio muito maior: a vida eterna.
Que cada um de nós possa responder ao chamado de Jesus com confiança por causa da fidelidade com que Ele mesmo nos ajuda a realizar nossas tarefas, sejam elas grandes ou pequenas, espetaculares ou muito simples. Ele pode e quer nos usar para chamar outros para que também sejam seus seguidores. Ele deu o Espírito Santo para trabalhar em, e através de, todos aqueles que respondem ao chamado para seguir Jesus, e por isso nós também somos seus instrumentos em levar Cristo para todos. Amém.
(Você sabe quem é o autor desta mensagem? Informe-nos, por favor)

2 Cr 15.1-25 - Deus na História

Caros irmãos e irmãs no Salvador Jesus Cristo. Que alegria temos em nos reunir para celebrar o centenário de nossa querida IELB. Cem anos é algo que poucos conseguem comemorar e, podemos afirmar que ninguém, ou muito poucos de nós, estaremos vivos para celebrar o bi-centenário, isso se Cristo não voltar antes. Hoje é um dia em que podemos olhar para trás e ver tudo o que já passamos. Bênçãos, vitórias, momentos de tensão, derrotas, alegrias e tristezas.
A leitura do Antigo Testamento que acabamos de fazer é um relato histórico. Deus permitiu que ela ficasse registrada para a posteridade, a fim de que todos saibam o que aconteceu com seu povo, como este povo se afastou de Deus e como Deus foi ao seu encontro e outra vez lhe deu bênçãos e mais bênçãos. Ao mesmo tempo em que podemos ver as bênçãos de Deus, ao olharmos para trás também podemos observar os nossos erros, reconhecer nossas falhas e saber que, sem o amor de Deus, nós não conseguiríamos retomar o nosso rumo.
Foi isso o que aconteceu com o povo de Israel no período do Rei Asa. Eles erraram. Mas reconheceram seu erro e sua dependência de Deus e, assim, puderam voltar a trilhar os caminhos traçados por nosso Pai Celestial.
Quando, em junho de 1904 pastores e leigos da nascente Igreja Evangélica Luterana do Brasil se reuniram em São Pedro do Sul e decidiram pela criação da nossa IELB, eles, com toda certeza, não sabiam o que o futuro reservava. Eles jamais puderam imaginar que cem anos mais tarde nós estivéssemos aqui reunidos, olhando para a nossa história e comemorando o nosso primeiro século de existência.
Mas, eu também tenho certeza, eles sabiam, conheciam a fidelidade de Deus e, por isso, puderam tomar a decisão certa, votando pela formação da Igreja Evangélica Luterana do Brasil. Eles não sabiam que nós estaríamos comemorando o centenário da IELB, mas tinham a absoluta certeza de que Deus estaria ao lado do seu povo.
Hoje, se olharmos para frente, para 2104, nós estamos na mesma situação que os fundadores da IELB. Também não sabemos onde e quem estará celebrando o bi-centenário e nem se haverá esta comemoração. Mas tal como eles, nós também podemos ter a certeza de que Deus continuará fiel, abençoando a sua igreja por todo o tempo.
Afinal, Ele é o Deus de Abraão, Isaque e Jacó. Ele é o Deus que criou todas as coisas e que, por sua graça, mantém tudo até nossos dias. Ele é o Deus da História. E continuará sendo até o último instante, até quando Cristo voltar para reunir os salvos para a bendita vida eterna. E quando nós nos reunirmos a todos os santos nas mansões celestiais, então poderemos conhecer toda a história e toda a ação de Deus em favor da IELB, de toda a cristandade, e especialmente em seu e em meu favor.
Que Deus permita que a IELB possa comemorar ainda muitos centenários. Mas, acima de tudo, que Ele derrame seu Espírito sobre toda a sua igreja para que ela possa permanecer fiel e, assim, continue, por toda a história, desempenhando o seu papel de levar Cristo para todos, tal como a IELB fez ontem, faz hoje e quer fazer sempre. Amém.
(Mensagem proferida pelo Rev. Éder Carlos Wehrholdt, na comomemoração dos 100 anos da IELB no Distrito Paraná Leste - Junho de 2004)

2 Co 13.14 - Glória à Trindade (mensagem)

Alguns pais de estudantes de uma certa escola primária, levaram seus filhos a um acampamento de final de semana. A refeição do sábado à noite, o passeio noturno com o caminho iluminado por tochas, adquiriu um ar totalmente diferente de tudo o que estavam acostumados. Era uma noite sem luar, mas a luz das tochas carregadas pelos meninos ajudou-lhes a desviar os perigos e, assim, o passeio não teve maiores dificuldades. Eles até procuraram ver alguns animais debaixo dos arbustos, mas não viram nenhum. A luz das tochas e os barulhos diferentes já tinham espantado todos os animais. Eles chegaram a lugar aberto e tentaram encontrar grilos e insetos, mas não viram nada.
Então alguém deu a idéia de apagarem todas as tochas e fecharem os olhos durante alguns momentos. Todos fizeram isso e, quando abriram os olhos, descobriram que estavam em meio à total escuridão. Não havia uma única luz de cidades, estradas ou de casas nas imediações. Houve alguns minutos de silêncio enquanto todos olhavam ao redor e ficavam extasiados com algo que nunca tinham visto antes. Sobre eles estava um belíssimo céu estrelado. A Via Láctea. Eles viram tantas estrelas que parecia uma nuvem branca muito fina cobrindo todo o céu. Isso era realmente espetacular e todos, adultos e crianças, concordaram que era uma visão magnífica.
Um dos professores que acompanhava o grupo deu uma pequena aula de astronomia aos participantes do acampamento. Ele ensinou coisas como:
  • Se você contar todas as estrelas da Via Láctea, uma a cada segundo, você levaria três mil anos para contar todas elas – e eu acho que podemos confiar no ensino deste professor.
  • Se você pudesse viajar à velocidade da luz (e isso é muito rápido mesmo), levaria trinta e três mil anos para chegar ao centro da Via Láctea.
  • A luz de algumas das estrelas que eles puderam ver naquela noite, foi emitida da estrela no mesmo dia em que Abraão recebeu de Deus a promessa de que sua descendência seria tão numerosa quanto as estrelas do céu.
O Deus que fez todas estas estrelas e muito mais, nos deu vida, nos deu este mundo com toda a sua beleza, nos deu tudo o que precisamos para viver vidas felizes e confiantes. Deus, o Criador é, realmente, o nosso Pai Celestial.
Ele nos deu corpos surpreendentes. Eu quero descrever algumas coisas que sempre me surpreendem a respeito de nossos corpos. Vamos pegar o  nosso coração, por exemplo. Ele é uma bomba que, em uma pessoa comum, bate 72 vezes por minuto, cem mil vezes por dia, 35 milhões de vezes por ano, e quando completarmos 70 anos, já terá batido 2,5 bilhões de vezes.
Demora 18 segundos para que o sangue saia de nosso coração e chegue à ponta do nosso pé, e 8 segundos para alcançar o nosso cérebro. Isso não é maravilhoso? E é apenas uma parte de nosso corpo. Pense em seus olhos e os 130 milhões de receptores de luz que os compõe; pense em seus ouvidos, seu cérebro; ou em algo mais simples, como andar, simplesmente por uma perna diante da outra, ou equilibrar-se em apenas uma perna sem cair. Quando paramos para pensar sobre maravilhosa complexidade de nossos corpos, não temos como não ficar admirados.
Por que Deus nos deu um corpo surpreendente, muito mais complexo do que o melhor e mais recente computador? Por que Deus nos deu generosamente este mundo com todas as suas belezas e suas maravilhas? A resposta é simples: Deus nos ama. Ele é o Pai perfeito e, como qualquer pai, quer apenas o melhor para seus filhos.
Neste final de semana nos recordamos a Santíssima Trindade. Uma ocasião em que focamos Deus como Pai, Filho e Espírito Santo. Não uma ocasião para tentarmos desvendar os mistérios da trindade ou entender como é possível que Pai, Filho e Espírito Santo sejam três pessoas mas um único Deus. Nós nunca entenderemos estes detalhes sobre Deus. Hoje, e diariamente, nosso objetivo é apenas nos colocarmos temerosos e maravilhados diante de Deus como nosso amoroso Pai Celestial que nos criou, nos abençoa, nos dá tudo o que precisamos e nos protege de todos os perigos.
Vamos, em conjunto, declarar o que nós cremos sobre o Deus que nos criou e nos protege em amor, conforme as palavras que encontramos no Catecismo Menor (projetar explicação do primeiro Artigo)
Eu creio que Deus me criou a mim e a todas as criaturas./ Ele me deu corpo e alma,/ olhos, ouvidos e todos os membros,/ razão e todos os sentidos,/ e ainda os conserva./ Além disso me dá vestes,/ calçados,/ comida e bebida,/ casa e lar,/ esposa e filhos,/ campos, gado e todos os bens./ Ele me dá tudo o que preciso para o corpo e a vida./ Ele me protege de todo o mal./ E Ele faz tudo isso por causa do seu amor/ embora eu não mereça nada disso./ Então, eu devo dar graças e louvor a Ele,/ e também devo servir e obedecer a Ele./ Isto é certamente verdade.
Mas, você sabe de uma coisa? Para tudo de belo que nós vemos no mundo, lá também vemos o feio. Eu mencionei antes os pais e filhos que foram acampar. A beleza dos arbustos, a magnífica noite estrelada, o amor entre pais e filhos sentados ao redor de uma fogueira e contando histórias reveladoras, cantando músicas e maravilhados porque têm um Deus que lhes dá tudo isso. Mas, apesar de toda esta beleza, o final de semana destes campistas terminou com vários deles internados com uma infecção intestinal causada por água contaminada. A alegria e a experiência maravilhosa do acampamento, a bela aula sobre o trabalho do Deus criador do universo, ficaram sem sentido diante dos quadros de vômitos e diarréias.
Apesar de toda a bondade de Deus por nós, não podemos presumir que nossa vida seja 100% tranqüila. O nosso mundo é infestado pelo pecado. Nós temos momentos de alegria e prazer, mas também temos nossa parte de nojo, dano e discordância com os outros.
Nós somos feridos pela negligência das pessoas, infestados pela cobiça, ciúme, intolerância e, muitas vezes, falamos coisas terríveis sobre os outros. A idéia de Deus é que nós estejamos sempre contentes, amando e sendo amados, sendo úteis, atenciosos e generosos uns com os outros. Mas o que acontece, é que o pecado entra em nosso caminho. E é este pecado que nos separa de Deus, nos impede de entrar na vida eterna com Deus, que nos causa tanta dor e sofrimento.
Deus viu esta nossa terrível situação e, em seu amor, nos enviou seu Filho Jesus Cristo para nos libertar da escravidão do pecado que, sempre de novo, nos leva a pecar e pecar. O amor de nosso Pai Celestial, fez com que seu Filho nascesse como um bebê num estábulo em Belém. Ele trilhou as estradas da Palestina e morreu em desgraça, executado como o pior dos criminosos.
Podem ter certeza de que esta não é a maneira como eu mostraria meu amor por alguém, mas é a maneira que Deus escolheu para mostrar o seu amor por nós. Na cruz Ele pagou o último sacrifício por aqueles a quem ama. Ele morreu por você e por mim, para que eu e você fôssemos libertados de nossa pecaminosidade, e para que eu e você pudéssemos ser perdoados e termos acesso á vida eterna. Ele morreu para curar nossas vidas e nosso mundo pelo perdão e paz que só Ele pode nos dar. Sem Jesus, nós estaríamos perdidos para sempre, sentenciados a viver debaixo da maldição e do castigo eterno. O apóstolo Paulo resume a obra salvífica de Cristo com estas palavras: Deus nos mostrou o quanto nos ama: Cristo morreu por nós quando ainda vivíamos no pecado... agora já não existe nenhuma condenação para as pessoas que estão unidas com Cristo Jesus (Rm 5.8 e 8.1)
Vamos outra vez ver e dizer o texto do Catecismo menor. Perceba que Jesus fez tudo por nós e também o que ele espera de nós: Ele fez tudo isso para que eu seja sua propriedade e viva em obediência a ele em seu reino, e para que eu o sirva em justiça, inocência e felicidade eterna. Vamos dizer em conjunto o que cremos sobre Jesus Cristo, o Filho de Deus:
Eu creio que Jesus Cristo, verdadeiro Deus,/ gerado do Pai desde a eternidade,/ e também verdadeiro homem,/ nascido da Virgem Maria,/ é meu Senhor./ Pois, a grande custo,/ salvou e redimiu a mim, uma pessoa perdida e condenada./ Ele me livrou do pecado,/ da morte/ e do poder do diabo,/ não com ouro ou prata,/ mas com seu santo e precioso sangue,/ e com seu terrível e inocente sofrimento e morte./ Ele fez tudo isso para que eu seja sua propriedade/ e viva em obediência a ele em seu reino,/ e para que eu o sirva em justiça,/ inocência/ e felicidade eterna./ Isto é certamente verdade.
A história do acampamento de fim de semana, das atividades desenvolvidas pelos pais e filhos, a observação das estrelas, a busca pelos animais e tudo mais, durante muito tempo foram assunto para conversas. Mas junto com as boas recordações, também estavam as lembranças tristes do final do acampamento, as corridas para os banheiros e a busca de socorro médico. Quando aquele acampamento é lembrado nas conversas, fala-se tanto sobre as coisas boas quanto as ruins que aconteceram.
O Espírito Santo é portador tanto de notícias ruins quanto de notícias boas. As notícias ruins são nosso pecado e com que freqüência nós danificamos nosso relacionamento com Deus e com o nosso próximo. As notícias boas nos contam que Jesus deu a sua vida para que nós não vivamos mais debaixo da escravidão do pecado e abriu as portas para a vida eterna.
É o Espírito Santo que nos traz para a família de Deus, a Igreja. Pela Palavra e pelos sacramentos (Batismo e Santa Ceia) nos apresenta a salvação e a vida eterna e nos traz para a comunhão com todos os que foram unidos a Cristo em seu batismo. Mas o Espírito Santo não faz apenas isso...
  • Ele sempre está nos chamando para um viver mais íntimo com Deus.
  • Quando as coisas não vão bem, ele está ao nosso lado, nos confortando e nos lembrando do amor do Pai e da graça salvadora do Filho.
  • Quando nós não lutamos contra o pecado e as tentações, Ele nos mostra nossas falhas e nos chama ao arrependimento, apontando para o perdão que Jesus nos dá.
  • Ele nos chama a responder ao amor de Jesus com o nosso amor e obediência a ele.
  • Ele nos leva a viver vidas que são realmente merecedoras de serem chamadas vidas de filhos de Deus.
Vamos confessar a nossa fé na pessoa e no trabalho do Espírito Santo em nossas vidas, na igreja e no mundo, também com as palavras do Catecismo Menor.
Eu creio que,/ pela minha própria compreensão ou esforço,/ não posso crer em Jesus Cristo, meu Senhor,/ e nem vir a ele./ Mas o Espírito Santo me chamou pelo Evangelho,/ me iluminou com seus dons/ e me santificou e conservou na fé verdadeira./ Da mesma forma,/ Ele chama,/ ajunta,/ ilumina e santifica toda a igreja cristã na terra,/ e a mantém unida pela fé em Jesus Cristo./ Nesta igreja cristã,/ dia após dia ele perdoa todos os meus pecados,/ bem como os pecados de todos os crentes./ E no último dia,/ ele irá ressuscitar a mim e a todos os crentes,/ e dará a vida eterna a mim e a todos os crentes em Cristo./ Isto é certamente verdade.
Nós podemos ficar muito tempo falando sobre nosso Deus. Mas hoje, neste dia da Santíssima Trindade, tudo o que nós precisamos fazer é ficar um pouco quietos. Olhar para trás. Ver as estrelas e ficarmos maravilhados. O Criador de todos ama todo mundo que criou. Ama você. Ama a mim. Ama os bebês, as crianças, os jovens, os adultos e os velhos, indistintamente.
Ele é o nosso Deus. Ele nos fez. Ele nos salvou. Ele nos chama para sua família. E Deus faz tudo isso só que Ele é o nosso Pai amável e amoroso. Nós, com certeza, não merecemos, sequer, a milésima parte de tudo isso. Mas, ainda assim, ele faz tudo isso por nós. E tudo o que nós podemos fazer é agradecer, louvar, servir e obedecer a este Deus que nos ama tanto.
Então, vamos orar em conjunto:
Senhor Deus,/ embora você tenha se revelado a nós/ como Pai, Filho e Espírito Santo,/ ainda assim você continua sendo um mistério para todos nós./ Você se esconde em sua Palavra revelada nas Escrituras Sagradas./ Você esconde seu Filho no pão e no vinho./ Você se apresenta a nós no mistério da Trindade./ E faz tudo isso como nosso amigo,/ para satisfazer as nossas necessidades mais profundas./ Por isso nós podemos orar a ti,/ por amor a Jesus Cristo,/ nosso Senhor e irmão./ Amém.
(Você sabe quem é o autor desta mensagem? Informe-nos, por favor.)

At 2.17-18 - Ouvindo e falando (mensagem)

Existe um bom número de livros que nos falam da dificuldade de comunicação entre homens e mulheres. Alguém chegou a calcular que uma mulher fala, em média, de seis a oito mil palavras por dia, enquanto um homem fala entre duas e quatro mil palavras. Ao final do dia, depois que falou suas quatro mil palavras, o homem não quer mais se comunicar. Tudo o que ele quer é ficar em silêncio, assistir um pouco de TV e ir para cama. Já a mulher, pode não ter falado suas oito mil palavras do dia e ainda ter uma reserva de duas ou três mil que quer usar para contar como foi seu dia. Por isso, pode ser que nas suas casas também ocorram conversas mais ou menos assim:
Esposa: Oi, meu bem, que bom que você já chegou. Como foi seu dia?
Marido: Bom!
Esposa: Você disse que hoje teria que concluir aquele grande trabalho. Como foi?
Marido: Bem.
Esposa: Que bom. Você acha que seu chefe vai lhe dar o aumento que você está esperando?
Marido: Talvez...
Esposa: Sabe, meu bem... hoje eu descobri que estou grávida.
Marido: Isso é bom.
E por aí vai... ela vai contar tudo o que aconteceu durante o seu dia.
A comunicação muitas vezes será difícil. Há buracos de comunicação entre os sexos, entre o pobre e o rico, entre os que tem muita cultura e aqueles que mal sabem escrever seu nome. Há buracos de comunicação entre pessoas de diferentes raças, nacionalidades e classes sociais. Será que há esperança de que nós poderemos nos entender uns aos outros?
Creio que todos nós lembramos da história da Torre de Babel, ocorrida numa época em que todos os seres humanos falavam a mesma língua e que, para evitar ainda mais pecados, Deus optou por confundi-los, fazendo cada qual falar uma língua diferente. Gênesis nos conta que as pessoas, a partir daquele momento, não conseguiam mais se comunicar e acabaram se espalhando sobre a terra. A história do Pentecoste é exatamente o oposto à Torre de Babel.
Em Atos dos Apóstolos nós lemos que em Jerusalém moravam judeus religiosos vindos de todas as nações do mundo e que cada qual ouviu os discípulos falar na sua própria língua. E Lucas, o autor de Atos, nos dá uma grande lista de lugares de onde vinham estas pessoas. Podemos dizer que todo o mundo conhecido daquela época estava reunido em Jerusalém. Entre aquelas pessoas existiam diferenças de raças, economia, classe social, idioma e muitos outros que causavam dificuldades de comunicação.
Que barulho eles devem ter feito, falando línguas diferentes e tentando ser entendidos uns pelos outros. Como eles poderiam seguir juntos? Como eles poderiam entender uns aos outros? Como poderiam compartilhar sobre a vida, morte e ressurreição de Jesus por causa do amor de Deus pela humanidade? Como eles poderiam se comunicar?
Então, veio do céu um barulho que parecia o de um vento soprando muito forte... e viram coisa parecidas com chamas... e cada pessoa foi tocada por uma dessas línguas de fogo. Eles estavam cheios do Espírito Santo e tinham agora o dom da fala e da audição. Lucas nos conta que todos ficaram cheios do Espírito Santo e começaram a falar em outras línguas, de acordo com o poder que o Espírito Santo dava a cada pessoa.
Quando Pedro se levanta para falar à multidão, ele cita o profeta Joel que, centenas de anos antes, por ordem de Deus, havia predito este acontecimento: É isso que eu vou fazer nos últimos dias – diz Deus -: derramarei o meu Espírito sobre todas as pessoas. Os filhos e as filhas de vocês anunciarão a minha mensagem; os moços terão visões, e os velhos sonharão. Sim, eu derramarei o meu Espírito sobre os meus servos e as minhas servas, e naqueles dias eles também anunciarão a minha mensagem.
O que Joel anunciou e Pedro confirmou é que o Espírito Santo virá para todos:
  • homens e mulheres idosas – tanto aposentados quanto pensionistas;
  • jovens estudantes, alguns trabalhando, outros desempregados, alguns pais de família, outros solitários;
  • pessoas de meia idade, ricas e prósperas;
  • pessoas humildes, felizes com o pequeno rendimento que tem;
  • pessoas que nunca tiveram suas fotos publicadas em revistas ou jornais;
  • pessoas que nunca foram convidadas para falar em público.
O Espírito Santo vem a todas estas pessoas, e todas elas falam e ouvem. Você, meu irmão, acredita nisso? Não, eu não estou perguntando se você acredita que isso aconteceu há dois mil anos, mas se você acredita que acontece ainda hoje? Será que o Espírito Santo é poderoso o suficiente para superar as barreiras que limitam e frustram o nosso ouvir e falar?
Com certeza que sim. E a prova somos nós. O Espírito Santo nos dá a habilidade para superar tudo o que nos divide e separa e abre nos ouvidos para que escutemos o que Deus tem a nos dizer. Olhem uns aos outros. Entre nós podemos também observar muitas barreiras que nos dividem.
  • nós nascemos em diferentes pontos do Paraná e até mesmo do Brasil;
  • alguns cresceram em famílias cheias de amor, outros só tem tristes recordações de sua infância;
  • todos nós experimentamos altos e baixos em nossas vidas;
  • alguns de nós estão contentes, outros deprimidos e tristes;
  • alguns estão saudáveis, outros doentes;
  • alguns são jovens, outros velhos;
  • alguns estão frustrados e bravos, outros experimentaram alegrias em suas famílias ou trabalho...
Se nós pudéssemos parar para analisar cada pessoas que hoje está aqui, com certeza teríamos um grande livro para mostrar todas as diferenças que nos separam.
Mas, pela graça de Deus, nós estamos todos juntos e ouvimos. A principal razão para as pessoas voltarem à igreja é que aqui elas ouvem algo que não podem ouvir em nenhum outro lugar. Só na igreja são ditas coisas que não são faladas em nenhum outro lugar do mundo. E isso é ação do Espírito Santo. Exatamente como aquela multidão no primeiro dia de Pentecostes, nós vimos à igreja com todas as nossas diferenças, e ainda assim podemos ouvir o que Deus está nos dizendo. O Espírito de Deus desceu em nós quando nos reunimos e nós ouvimos a Palavra de Deus exatamente como ela pode ser aplicada à nossa vida particular.
As pessoas que sabem ler podem ler a Bíblia de forma eloqüente ou tropeçando nas palavras. O pregador pode usar palavras que são conhecidas ou falar coisas que não entendemos completamente. Mas, ainda assim, é a Palavra de Deus – a Palavra de Deus pela qual o Espírito Santo nos fala sobre o amor e o perdão de Deus. Cada um de nós vem para a igreja e, apesar de tudo, ouvimos a voz de Deus.
Às vezes nos é difícil ouvir. Nós chegamos aqui cheios de ansiedade e preocupação, ou então transtornados e deprimidos, e isso nos impede de escutar o que Deus está nos dizendo. Nós, muitas vezes, estamos quase que surdos para o evangelho. Nós estamos como alguém com um fone de ouvidos. Enquanto eles estão com suas orelhas tampadas e ouvindo a música, eles não podem ouvir mais nada. É preciso que suas orelhas sejam abertas e desimpedidas para que ouçam.
Mas, de algum modo, nós ouvimos. Não podemos ouvir todos a mesma coisa e  nem entender a mesma mensagem. É algo interessante, no final do culto, perguntar aos outros sobre o que ouviram no sermão. As mensagens recebidas variam de pessoa para pessoa, mesmo que o pregador não tenha tido esta intenção. É que na verdade é o Espírito Santo que está nos falando pela Palavra de Deus e nós levamos conosco uma mensagem de Deus que irá nos ajudar na semana que temos pela frente. O Espírito Santo aplica a Palavra de Deus para a nossa necessidade particular naquele momento. Tal como fez com a multidão reunida no primeiro Pentecostes, o Espírito Santo abre nossas orelhas para que possamos ouvir. E é Ele também que torna este ouvir e falar produtivo, exatamente como fez com o sermão de Pedro, que resultou no batismo de três mil pessoas que foram acrescentadas, num só dia, à igreja de Cristo.
Mas há também o outro lado. No Pentecostes, Espírito Santo não apenas ajudou as pessoas a ouvirem e entenderem os discípulos, mas também deu aos discípulos a habilidade para falar. Deus disse que faria isso: eu derramarei o meu Espírito sobre todas as pessoas e eles anunciarão a minha mensagem. Vejam que Deus não diz: eu vou derramar o meu Espírito nos pastores e pregadores. Deus diz que derramará seu Espírito sobre todo mundo, jovens, velhos, homens, mulheres, ricos, pobres, brancos, negros, vermelhos, amarelos e todos anunciarão a minha mensagem.
O motivo pelo qual nós nos reunimos na igreja semana após semana é para que possamos ouvir a Palavra de Deus e, com isso, ganharmos coragem e convicção para sairmos daqui e falar esta mesma Palavra para todo o mundo. Ou seja, a mensagem que Deus nos fala durante o culto não é para ser internalizada, mas para ser espalhada, para que todos possam saber do amor de Deus que quer salvar todos em Cristo. E depois que ouvimos esta maravilhosa notícia, nós somos mandados de volta para o mundo, para a nossa vida, onde vamos manter contato com outras pessoas a quem precisamos urgentemente contar sobre o que Jesus nos disse e quer dizer aos outros através de cada um de nós.
As pesquisas nos contam o interessante fato de que a maioria das pessoas se une à igreja por causa do contato que tiveram com outros cristãos. Elas conheceram a igreja porque um amigo lhes falou de Cristo e as convidou ao culto. Elas conheceram a igreja porque um amigo lhes testemunhou sobre como Jesus é importante para o seu viver e lhes disse que também para elas Deus tem uma mensagem especial. Quando eu falo da mensagem que recebi aos outros, o Espírito Santo age por meu intermédio permitindo que outras pessoas escutem a Palavra de Deus.
No primeiro Pentecostes, o Espírito Santo prometido por Deus desceu sobre todos. Em nosso Batismo, o Espírito Santo desceu sobre cada um de nós também. O amor e a graça de Deus entraram em nossas vidas. Nós fomos feitos parte da família de Deus e recebemos a promessa de que temos vida eterno no céu. O Espírito Santo entrou em nós e nos deu o poder de falar, contar ao mundo inteiro, começando em nossa casa, com nossos vizinhos, tudo o que Jesus quer dizer a cada um de nós.
Que, com a direção do Espírito Santo e com o poder de Deus, nós possamos sair daqui hoje cheios de coragem para falar a todo mundo sobre o amor de Deus. E, na medida em que repartimos o amor de Deus, podemos ter a certeza de que a cada dia o Senhor juntará à sua igreja as pessoas que vão sendo salvas. Amém.
(Você sabe quem é o autor desta mensagem? Informe-nos, por favor.)

Ef 1.19b-22 - Senhor dos senhores (mensagem)

Um casal está em seu quarto, preparando-se para dormir. A mulher está sentada diante de um espelho penteia os cabelos e se observa atentamente. Em determinado momento ela diz: Sabe, amor, eu me olho ao espelho e vejo uma mulher velha, com o rosto enrugado, grandes olheiras, cabelo grisalho, vários queixos... então se vira para o marido e diz: Por favor, meu bem, diga algo positivo sobre mim, para que eu possa me sentir um pouco melhor... O marido, então, olha para ela por alguns minutos, observa atentamente e diz: Bem, meu amor... não há nada de errado com a sua vista...
Com certeza não era isso que a mulher estava esperando. Também, ver Jesus subindo ao céu e desaparecendo em meio às nuvens, não era o que os discípulos esperavam. E não havia nada de errado com suas vistas enquanto estavam de boca aberta olhando o céu.
Nós temos a necessidade de fazer algumas perguntas. Para onde foi Jesus? Ele subiu para onde? Para algum planeta ou alguma estrela? Durante 40 dias Jesus mostrou aos seus discípulos que estava realmente vivo e com um corpo físico. Ele havia morrido, mas ressuscitou. Ele deu oportunidades para que os discípulos conversassem com ele, tocassem em suas feridas, comessem com ele e tivessem todas as provas de que ele não era um fantasma, uma aparição ou uma invenção de sua imaginação. Eles precisavam deste tempo para aprender mais sobre Jesus, sobre o incrível amor de Deus pelo ser humano e como a cruz e a ressurreição eram parte do plano de Deus. Afinal, os discípulos foram os encarregados de levar esta mensagem do amor de Deus a todos os cantos da terra.
Mas Jesus não poderia permanecer para sempre na terra. Ele era Deus. Ele tinha deixado para trás sua glória ao nascer como um simples bebê em Belém e, durante mais de trina anos viveu entre os seres humanos. Agora chegou o tempo em que ele deveria retomar sua autoridade e reger sobre todas as coisas.
O apóstolo Paulo nos fala do significado da ascensão de Jesus ao dizer que Deus ressuscitou Cristo e fez com que ele se sentasse no seu lado direito no mundo celestial. Cristo reina sobre todos os governos celestiais, autoridades, forças e poderes. Ele tem um título que está acima de todos os títulos das autoridades que existem neste mundo e no mundo que há de vir. Deus colocou todas as coisas debaixo da autoridade de Cristo e Deus Cristo como o único Senhor de tudo (Ef 1.20-22). Isso resume o que Cristo está fazendo agora. Não há nenhum poder maior que o seu. Ninguém e nada pode se dizer mais poderoso ou que tem mais autoridade que Jesus. Ele é o Senhor dos senhores, o Rei dos reis.
Em sua carta aos filipenses, Paulo também fala da majestade de Cristo, dizendo que Deus deu a Jesus a mais alta honra e pôs nele o nome que é o mais importante de todos os nomes, para que, em homenagem ao nome de Jesus, todas as criaturas no céu, na terra e no mundo dos mortos caiam de joelhos e declarem abertamente que Jesus Cristo é o Senhor, para a glória de Deus, o Pai (Fp 2.9-11).
Provavelmente, a mais antiga confissão de fé que existe é a fórmula grega Kyrios Iesous, ou seja: Jesus é o Senhor. O título Senhor é um símbolo da vitória de Jesus sobre todas as forças do mal. Jesus é o nosso Senhor porque ele nos salvou. Jesus é o nosso Senhor porque nós somos dele e seu maior desejo é nos receber no céu depois do fim de nossa peregrinação por este mundo.
Jesus é Senhor e Rei. É fácil vermos o Cristo humano nas histórias que descrevem a sua humanidade, desde o seu nascimento até sua morte. Mas facilmente nós esquecemos que já antes de nascer em Belém, Jesus é Deus e que, por isso, reinará eternamente. Vou reafirmar: Não há nenhum poder ou autoridade maior que Deus. Esta verdade precisa estar enfurnado em nossas mentes, pois ela é essencial para todos os momentos de nossas vidas.
O que significa para nós, aqui em Campo Largo, em maio de 2004, o fato de que Jesus subiu ao céu? Primeiro é preciso lembrar que Jesus está em todos os lugares. Onde quer que nós vamos ou o que quer que façamos, Jesus está lá conosco. Nós nunca estamos longe do alcance de Jesus. Enquanto Jesus esteve corporalmente neste mundo, seus discípulos podiam se separar dele atrás de uma porta ou por um lago tempestuoso. Mas agora não existe nenhuma barreira que possa nos afastar dele. Agora Jesus está sempre presente com seu poder para nos ajudar, fortalecer e confortar em todo momento que precisarmos.
É verdade que Jesus subiu e deixou seus discípulos um dia, mas ele deixou esta terra de forma que ele poderia ser sempre o Deus presente. Ele é o Senhor de tudo e onde quer que nós estejamos nesta terra, nas profundezas do mar ou do espaço, num leito de hospital, no meio da guerra ou num sepulcro, lá está Jesus com o seu poder. Saber que Jesus está sempre perto é algo maravilhoso para nós, especialmente quando nos sentimos sozinhos em nossas dificuldades ou quando parece que ninguém entende o que estamos enfrentando. É maravilhoso ter o amoroso Salvador junto a nós, especialmente quando sentimos que ninguém nos ama.
E isso nos leva a nosso próximo ponto. Não existe nenhum poder ou autoridade maior que o poder e a autoridade de Jesus. Não existe um único problema que ele não possa nos ajudar. Ele está pronto para usar o seu poder em nossas vidas, nossas famílias, nosso local de trabalho. Ele está pronto para usar o seu poder quando nós estamos com medo, preocupados ou com dores.
 Pouco antes de subir ao céu, Jesus disse aos discípulos: eu estou com vocês todos os dias, até o fim dos tempos (Mt 28.20). Esta promessa nos diz que Jesus não tem apenas o poder de estar presente em nossas vidas, mas, como Senhor dos senhores e Rei dos reis, ele tem poder para fazer qualquer coisa. Quando nós temos um sério problema de saúde; quando somos informados da morte de alguém que amamos; quando estamos preocupados com nossas finanças, nossos filhos, nosso trabalho ou a falta dele; quando estamos chateados, doloridos, nos sentimos culpados, com raiva ou deprimidos; quando temos que tomar decisões difíceis sobre o futuro – precisamos recordar que o mesmo Jesus que subiu ao céu está ao nosso lado e pronto para nos ajudar com o seu poder.
O poder de Jesus não é semelhante ao de ninguém que conhecemos neste mundo. O seu poder toca nossas vidas. Ele morreu por nós e nos reivindica como seus filhos preciosos. Como seus filhos, nossas vidas são mudadas, redefinidas. Nós abandonamos nossa natureza egoísta e permitimos que o amor de Cristo dirija a maneira como tratamos os outros. A vitória de Cristo sobre o pecado e a morte, mostra que pelo seu poder temos perdão até mesmo para nossos piores pecados e temos a vida eterna. Ele nos dá seu corpo e sangue em um simples pedaço de pão e um gole de vinho. Ele nos dá fé pela leitura e estudo da bíblia.
Finalmente, a ascensão de Jesus tem algo a nos dizer sobre nossas orações. Quando nós oramos, estamos orando aquele que reina sobre todos os governos celestiais, autoridades, forças e poderes. Nós sabemos que ele tem o poder e o conhecimento para responder nossas orações da forma que é melhor para nós. Ele está esperando para usar seu poder sobre nossos problemas.  Ele está esperando que nós chamemos seu nome. O autor da carta aos hebreus nos encoraja a isso ao nos recomendar que tenhamos confiança e cheguemos perto do trono divino, onde está a graça de Deus. Ali receberemos misericórdia e encontraremos graça sempre que precisarmos de ajuda (Hb 4.16)
Jesus prometeu que tudo o que pedirmos em seu nome, crendo, vamos receber. Diariamente, milhares de pessoas encontram-se em situações desesperadoras, problemas familiares, perda de trabalho, dificuldades em suas vidas pessoais. Enquanto isso está acontecendo, o Senhor do universo está pronto para ajudar e espera que seus filhos peçam a todo-poderosa ajuda dele. O Jesus que subiu ao céu intercede por nós ao trono de Deus – ele sabe o que é viver entre as dificuldades e dores deste mundo – e por isso pode responder nossas orações da melhor forma possível para nos abençoar.
Uma coisa é certa: Jesus não nos trata como nós mereceríamos ser tratados por causa de nossos pecados, mas entende nosso sofrimento e nos dá sua ajuda e força divina. A sua ascensão nos garante que nosso futuro está seguro nas mãos do Senhor dos senhores.
Mas Jesus não apenas ajuda a nós. Ele também ajuda outros através de nós. Por nosso meio Jesus traz conforto a todos que estão doentes ou morrendo; ele dá nossa amizade para com o solitário; ele nos faz encorajar aqueles que estão passando pelas dificuldades da vida. Por nosso meio ele entra nos corações quando compartilhamos com outros o amor de Jesus por nós e os confortamos com a verdade de que ele também quer ajudar todos em suas necessidades.
A ascensão de Jesus nos lembra que temos um Senhor que veio e deu sua vida por nós. Ele ressuscitou, de forma que podemos viver sem medo da morte. E Agora ele reina sobre terra e céus, nos garantindo que, sobre todas as coisas, ele é o Senhor. Não há nada que possa os separar do amor de Deus, que é nosso por meio de Cristo Jesus, o nosso Senhor, o Senhor dos senhores e Rei dos reis. Amém.
(Você sabe quem é o autor desta mensagem? Informe-nos, por favor.)